O consórcio Covax Facility, vinculado à Organização Mundial da Saúde (OMS), entregará ao governo brasileiro um lote de 842.200 doses da vacina contra a covid-19 fabricada pela Pfizer/BioNTech — com previsão de chegada para junho. O anúncio foi feito em nota conjunta do Ministério da Saúde e do Itamaraty na noite de segunda-feira (12).
Essa remessa de imunizantes faz parte do acordo feito entre o Brasil e a iniciativa internacional, que prevê 42,5 milhões de doses, suficientes para 10% da população. O volume entregue ao país até o momento, contudo, é pouco superior a 1 milhão de doses.
No fim de março, o governo federal recebeu a primeira remessa prevista no contrato com o Covax. Nesse lote inicial, foram 1.022.400 doses do imunizante AstraZeneca/Oxford entregues, com fabricação na Coreia do Sul.
Com a explosão de casos de covid-19, secretários estaduais de Saúde chegaram a pedir à OMS para priorizar o envio de vacinas ao Brasil por meio do consórcio.
"A região das Américas tem recebido somente 7% do total das vacinas distribuídas por meio do mecanismo Covax, apesar de as Américas terem 44% de todos os casos e 48% de todos os óbitos do mundo nesta pandemia", afirmou ofício do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), endereçado no dia 26 de março ao presidente da OMS, Tedros Adhanom.
No mesmo documento, os secretários pedem para a OMS "sensibilizar" a cúpula da ONU para que as doses excedentes de vacinas em países ricos sejam destinadas a países em maior crise na América, especialmente o Brasil.
O Covax Facility é uma iniciativa da OMS, da Coalizão para Promoção de Inovações em prol da Preparação para Epidemias (Cepi) e da Aliança Mundial para Vacinas e Imunização (Gavi), em parceira com o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef).
Contrato direto com a Pfizer
Para além do Covax Facility, o Brasil tem um contrato direto com a Pfizer, assinado em meados de março. A expectativa é que a farmacêutica americana entregue 100 milhões de doses ao país até o fim de 2021.
Segundo o ministério, a negociação com a Pfizer prevê a entrega de 13,5 milhões entre abril e junho e outras 86,5 milhões de julho a setembro.
"Cabe ressaltar que o cronograma de entrega das vacinas é enviado ao Ministério da Saúde pelos laboratórios e está sujeito a alterações, de acordo com a disponibilidade de doses e a real entrega dos quantitativos realizada pelos fornecedores", diz nota enviada pela pasta ao comunicar a assinatura do contrato.