Os Estados Unidos se preparam para um forte aumento na curva de contágios pela covid-19 após o feriado do Dia de Ação de Graças, que motivou o deslocamento de milhões de pessoas pelo país, alertam vários especialistas.
Sendo o país mais afetado do planeta pela pandemia, os Estados Unidos registram 266.074 mortes pela covid-19, e o governo do presidente Donald Trump enviou mensagens contraditórias sobre o uso das máscaras, o risco das viagens e se a doença está ou não sob controle.
Na quinta-feira passada (26), as famílias celebraram o Dia de Ação de Graças, que levou pelo menos 1,1 milhão de pessoas a viajar de avião - um recorde desde que a pandemia começou no país, em março, segundo dados da agência TSA, encarregada dos controles de segurança nos aeroportos.
— Em duas ou três semanas, poderemos ver um novo surto além do surto atual de novas infecções pelo novo coronavírus — alertou em declarações ao canal ABC o imunologista Anthony Fauci, uma personalidade científica muito respeitada nos Estados Unidos, diretor do Instituto Nacional de Alergias e Doenças Infecciosas.
O vice-secretário da Saúde, Breet Giroir, concordou com o alerta de Fauci, quando se aproximam as festas de fim de ano, com mais viagens e reuniões familiares.
Deborah Birx, coordenadora do grupo de trabalho contra o novo coronavírus na Casa Branca, se disse "profundamente preocupada" de que seu país esteja "entrando nesta onda pós-Ação de Graças", em declarações ao programa Face the Nation, da CBS.
O cirurgião-geral dos Estados Unidos, Jerome Adams, foi igualmente taxativo:
— Quero ser sincero com o povo americano. (A situação) vai piorar nas próximas semanas — declarou no programa Fox News Sunday.
Ansiosa espera pela vacina
A cidade de Nova York deu mais um passo rumo à normalidade, depois que o prefeito Bill de Blasio anunciou que as escolas de Ensino Fundamental reabrirão suas portas para aulas presenciais em 7 de dezembro.
A imprensa reportou neste domingo que as primeiras remessas da vacina contra a covid-19 da Pfizer, um dos primeiros laboratórios em assegurar alta eficácia, junto com a da Moderna, tinham chegado aos Estados Unidos, vindos de um laboratório da empresa na Bélgica.
A Pfizer pretende realizar uma distribuição rápida de sua vacina assim que receber a aprovação dos Estados Unidos, aguardada para 10 de dezembro, noticiaram o Wall Street Journal e outros veículos.
As vacinas da Pfizer e da Moderna, que asseguram ter ao redor de 95% de eficácia, trouxeram uma luz de esperança muito necessária após meses de notícias sombrias.