Após somar 342 pacientes e bater o recorde de internações em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) por coronavírus na quinta-feira (13), o número de doentes com covid-19 em estado grave se manteve estável em Porto Alegre até o final da tarde deste domingo (16).
A tendência demonstrada pela média de pacientes dos últimos sete dias ainda é de crescimento moderado, com avanço de 4,6% sobre a semana anterior, mas a marca mais alta registrada no final da semana passada não voltou a ser alcançada. Comparada apenas ao domingo anterior (e não ao conjunto dos últimos sete dias), a variação nas internações ficou em 1,8%.
O painel de monitoramento da Secretaria Municipal de Saúde indicava 340 doentes sob tratamento intensivo às 18h do domingo. Até esse horário, os hospitais Conceição, Vila Nova, Independência e Santa Ana ainda não haviam remetido suas informações diárias para o placar digital mantido pela prefeitura — em sua página própria, o Conceição indicava 34 adultos com coronavírus em UTIs no domingo, um a menos do que a cifra informada na véspera e que permanecia no painel.
A análise das médias móveis indica que os 4,6% de aumento verificado nos últimos sete dias mantêm o mesmo ritmo moderado de avanço observado até o domingo anterior, quando a oscilação também ficou em 4,6%. Isso significa uma tendência de crescimento moderada e constante. Se a maior estabilidade verificada depois de quinta-feira se mantiver, nos próximos dias esse percentual poderá se reduzir.
O epidemiologista e gerente de Risco do Hospital de Clínicas, Ricardo Kuchenbecker, lembra que mortes e internações por covid, de maneira geral no Rio Grande do Sul, começaram a dar alguns sinais de estabilização nos últimos dias.
Mas Kuchenbecker ressalva que um número elevado de hospitalizações também pode ajudar a explicar um avanço mais lento da pandemia sobre as alas de alta complexidade:
— Quando você está com as UTIs já próximas do limite, fica mais difícil internar os novos pacientes. Isso também pode contribuir para segurar o índice de crescimento.
Outro ponto a ser observado ao longo dos próximos dias é um eventual impacto nas recentes flexibilizações permitidas a setores como o comércio na Capital. Se uma maior circulação de pessoas não vier acompanhada de cuidados como distanciamento social, higiene e uso correto de máscaras, pode voltar a ocorrer um crescimento mais intenso nas hospitalizações.