As pesquisas em curso da Universidade de Oxford para desenvolver uma vacina contra a covid-19 indicam que esta ofereceria o nível duplo de proteção buscado pelos cientistas, informa a imprensa britânica. Questionada pela AFP, a universidade respondeu apenas que parte dos resultados sobre a segurança da vacina será publicada na revista médica The Lancet na próxima segunda-feira (20).
De acordo com o jornal Daily Telegraph, a primeira fase dos testes clínicos em humanos demonstrou que a vacina gera uma resposta imune contra o vírus, com anticorpos e linfócitos T, "células assassinas" contra a infecção. Atualmente, a imunização encontra-se em fase três de teste em humanos, quando um número maior de voluntários recebem as doses.
— É a combinação dos dois que esperamos que proteja as pessoas. É um momento importante, mas ainda resta um longo caminho por percorrer — afirmou uma fonte ao Daily Telegraph.
Os resultados, classificados como "extremamente promissores" por uma fonte anônima de alto nível citada pelo jornal, ainda não permitem saber qual seria a duração da proteção oferecida pela vacina.
Fontes também ressaltaram o resultado ao jornalista britânico Robert Peston, da ITV, diz o jornal The Guardian.
O projeto, em parceria com o laboratório Astrazeneca, é considerado um dos mais promissores entre as várias pesquisas em curso no planeta.
A Universidade de Oxford, que também tem o projeto financiado pelo governo do Reino Unido, estabeleceu uma associação com o laboratório farmacêutico para a fabricação e distribuição da vacina em desenvolvimento, para que possa estar disponível de maneira rápida e em larga escala em caso de sucesso.
A vacina desenvolvida pelos pesquisadores de Oxford é baseada em um adenovírus modificado, que geralmente afeta os chimpanzés. De acordo com a universidade, "gera uma resposta imune forte com apenas uma dose e não é um vírus que se replica, portanto não pode causar uma infecção contínua no indivíduo vacinado".
Os testes da Universidade de Oxford estão direcionados atualmente a 4 mil voluntários no Reino Unido, aos quais serão adicionados outros 10 mil. Também começou a ser testada no Brasil, onde 5 mil participantes poderão ser beneficiados. Os cientistas esperam comprovar a eficácia da vacina no outono (hemisfério norte, primavera no Brasil).