Na Espanha, terceiro país com mais mortes por coronavírus, parte dos trabalhadores que estavam recolhidos em casa volta ao trabalho na segunda-feira (13).
O governo decidiu pelo retorno ao funcionamento de empresas e fábricas que não foram consideradas essenciais e, por isso, permaneceram fechadas nas últimas semanas para frear a proliferação da pandemia. A decisão não encontra consenso entre especialistas. Só neste sábado (11), a Espanha teve mais de 500 mortes pela covid-19. O total passa de 16 mil.
A retomada é só para alguns setores, como obras e indústria. Comércio, restaurantes e espaços de lazer seguirão fechados. Além disso, o governo de Madri insistiu que todas as empresas e funcionários que podem operar por meio do teletrabalho devem fazê-lo.
Neste sábado, as autoridades divulgaram um extenso guia com as normas que trabalhadores e empresas em vias de retomar a atividade devem adotar para minimizar as chances de contágio. A cartilha determina, por exemplo, que não deverá trabalhar quem apresente sintomas suspeitos. Os deslocamentos devem ocorrer, preferencialmente, em transporte privado. Quem utilizar o transporte público é aconselhado a usar máscara. Uma distância de dois metros entre os indivíduos deve ser observada. O guia também inclui regras de higiene e prega os horários flexíveis de trabalho como forma de reduzir os contatos. Também é pedido que as empresas ofereçam equipamentos de proteção aos seus quadros.
O governo espanhol também anunciou neste sábado que milhares de policiais e servidores estarão, na segunda e na terça-feira (14), em estações de metrô, de trem e de ônibus, para distribuir 10 milhões de máscaras a quem usa o transporte público.
A volta ao trabalho de alguns setores, afirmou o ministro da Saúde, Salvador Illa, não deve ser interpretada como fim das medidas de isolamento:
— Seguimos em período de confinamento e todos devem ter clareza de que não começamos um relaxamento.
A imprensa espanhola publicou reações de especialistas, que mostraram contrariedade com o novo protocolo, entendendo que o retorno de atividades pode ter como consequência novos picos de infecção pelo coronavírus.