Em uma semana, Porto Alegre viu o número de casos confirmados de coronavírus aumentar de oito para 60. Para tentar diminuir a disseminação da doença na cidade, a prefeitura tem adotado medidas cada vez mais restritivas para impedir a saída de casa das pessoas.
Nesta segunda-feira (23), as escolas de educação infantil também tiveram que fechar as portas, assim como já ocorreu nas escolas de ensino fundamental, médio e superior. Os ônibus tiveram redução de circulação em 20%.
De acordo com o prefeito Nelson Marchezan, o movimento de veículos foi 60% menor ontem (22), na comparação com o domingo anterior (15). Na sexta-feira (20), a redução da circulação foi de 57% se comparado com o dia 13.
Ao avaliar os dados da China e da Itália, o prefeito destaca que 85% das pessoas que morreram tinham mais de 60 anos. Além disso, 15% dos contaminados que estão nessa faixa etária não sobreviveram.
Por causa disso, a prefeitura tomou a medida de restringir a saída de casa para estas pessoas. Quem insistir será multado. Os deslocamentos serão permitidos apenas para atendimento médico, realização de exames, vacinação e compras em mercados e farmácias.
– A pessoa com mais de 60 anos que sair sem justificativa será multada. Então ela tem que ficar em casa. Porque ela que vai ser o foco do vírus. Ela é que vai morrer. E é ela que vai superlotar as UTIs e vai tomar lugar de outras pessoas. Então, essa é uma, em primeiro lugar, uma proteção individual do idoso e, segundo, uma defesa da sociedade como um todo – disse o prefeito Nelson Marchezan em entrevista ao Gaúcha Atualidade desta segunda-feira.
Marchezan também destacou que o coronavírus vai contaminar a maioria dos porto-alegrenses. Ele cita que, na Itália e na Alemanha, as pessoas com mais de 80 anos sequer estão indo para a UTI, pois o atendimento está sendo priorizado para as mais novas. Por isso, a intenção com as medidas adotadas em Porto Alegre é diluir no tempo esse período de contaminação. Sem picos, escolhas como essa serão em menor número.
Sobre o início da vacinação da gripe, o prefeito defende a ideia de que táxis e aplicativos fixem um valor baixo para fazer deslocamento individual dos idosos até os postos. Marchezan defendeu a vacinação para evitar sobrecarga nas unidades de saúde em casos de gripe e deixar preferencialmente para atender, basicamente, as pessoas contaminadas pelo coronavírus.
O prefeito também espera que não seja necessário decretar mais restrições, mas citou as feiras de bairro que tiveram aglomerações. Se isso se repetir, a atividade terá que ser suspensa.
Ouça a entrevista do prefeito Nelson Marchezan:
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