Em videoconferência com líderes do G20 sobre a resposta global ao novo coronavírus, o presidente da República, Jair Bolsonaro, defendeu que o combate à pandemia venha acompanhado de medidas para estimular a economia. Ele também, segundo relataram interlocutores à Folha de S. Paulo, disse que as ações de proteção à saúde da população precisam estar aliadas a medidas de preservação de empregos.
A teleconferência foi realizada na manhã desta quinta-feira (26). Ela foi convocada pela Arábia Saudita, que detém a presidência temporária do grupo que reúne as 20 maiores economias do planeta.
De acordo com membros do governo que seguem o tema, o presidente também utilizou o seu tempo de intervenção para destacar as pesquisas que estão sendo feitas com a hidroxicloroquina — substância que apresentou resultados promissores para o tratamento da covid-19, mas cujos resultados não são conclusivos. Em declarações recentes, o presidente tem defendido o uso do medicamento, que hoje é aplicado para o tratamento de malária e lúpus.
"O tratamento da covid-19, à base de hidroxicloroquina e azitromicina, tem se mostrado eficaz nos pacientes ora em tratamento. Nos próximos dias, tais resultados poderão ser apresentados ao público, trazendo o necessário ambiente de tranquilidade e serenidade ao Brasil e ao mundo", disse Bolsonaro, nesta quarta-feira, em uma rede social.
Cada governante dispôs de três minutos para fazer as suas observações na teleconferência. Os integrantes do G20 destacaram na conversa que, durante a crise do coronavírus, é preciso manter os fluxos comerciais e preservar as cadeias de suprimento global.
Após a videoconferência, foi divulgado um comunicado conjunto, que trata o coronavírus como uma "pandemia sem precedentes".
"O vírus não respeita fronteiras. O combate a esta pandemia exige uma resposta global com espírito de solidariedade, que seja transparente, robusta, coordenada, de larga escala e baseada na ciência. Estamos fortemente comprometidos a apresentar uma frente unida contra essa ameaça comum", diz a declaração.
Os países também se comprometeram a "tomar todas as medidas de saúde necessárias e buscar garantir financiamento adequado para conter a pandemia e proteger as pessoas"; e a expandir a capacidade de produção para atender a demanda por suprimentos médicos, que deverão ser disponibilizados "a preço acessível de forma ampla e equitativa".
No mesmo comunicado, os integrantes do G20 afirmaram que estão adotando "medidas imediatas e vigorosas" para apoiar as economias do mundo. Eles também debateram iniciativas internacionais de apoio financeiro para o combate à covid-19, mas eventuais aportes devem ser voluntários.