Três dos quatro casos suspeitos de coronavírus no Rio Grande do Sul estão em fase final de análise dos vírus na Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), no Rio de Janeiro. Antes, o material foi estudado pelo Laboratório Central de Saúde Pública do Rio Grande do Sul (Lacen), que não conseguiu identificar na amostra nenhum outro vírus já conhecido. O exame pode ficar pronto até sexta-feira (7).
O Ministério da Saúde divulgou nesta terça-feira (4) novo balanço de casos suspeitos de coronavírus no Brasil. De acordo com o levantamento, o governo monitora atualmente 13 pessoas que apresentam sintomas compatíveis com a doença: uma no Rio de Janeiro, seis em São Paulo, duas em Santa Catarina e quatro no Rio Grande do Sul.
Até segunda-feira (3), eram 14 casos suspeitos de coronavírus. No Rio Grande do Sul, um caso é em Novo Hamburgo, dois são em Canoas e um é em Morro Reuter. Segundo a Secretaria Estadual de Saúde, todos apresentam estado de saúde estável e encontram-se em isolamento domiciliar até a melhora dos sintomas.
Os casos notificados em Novo Hamburgo (um homem de 54 anos) e Morro Reuter (um menino de três anos) tratam-se de residentes da China que procuraram atendimento durante estadia no Rio Grande do Sul. Os casos de Canoas referem-se a um casal (ele de 65 anos e ela de 60) que viajou ao país da Ásia neste último mês. As amostras de todos foram encaminhadas para a Fiocruz.
Para ser encaixados na lista de suspeitos, os pacientes precisam ter viajado à China nos últimos 14 dias e ter apresentado febre e sintoma respiratório, o que inclui tosse ou falta de ar.
Emergência em saúde pública
O Ministério da Saúde declarou oficialmente nesta terça-feira emergência em saúde pública de importância nacional em decorrência do coronavírus. A portaria, publicada em edição extra do Diário Oficial da União, permite a contratação de serviços necessários para evitar a disseminação da doença e tratar possíveis infectados.
Com a medida, o governo também poderá contratar mais rapidamente a aeronave que vai buscar os cerca de 40 brasileiros que estão em Wuhan, na China, e que desejam voltar ao Brasil. A operação de repatriação para a busca dessas pessoas está sob responsabilidade do Ministério da Defesa e não tem data para ocorrer.
Em paralelo, o Palácio do Planalto encaminhou nesta terça ao Congresso um projeto de lei que define as medidas sanitárias para enfrentamento do coronavírus e as regras para a repatriação e a quarentena no Brasil dos cidadãos brasileiros que estão na cidade de Wuhan. A ideia inicial era encaminhar Medida Provisória ao parlamento, mas o governo decidiu mandar um projeto ordinário para agilizar sua tramitação na Câmara dos Deputados e no Senado. O presidente da Câmara, Rodrigo Maia, afirmou que será possível pautar a proposta ainda nesta terça-feira. Já Davi Alcolumbre, presidente do Senado, disse que vai colocar o texto em votação assim que for aprovado na outra Casa.