Em entrevista à Rádio Gaúcha na manhã desta terça-feira (4), o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, confirmou que a base militar de Anápolis (GO) deve receber os brasileiros vindo de Wuhan, na China, epicentro do coronavírus.
Segundo Mandetta, ainda não existe a confirmação do local, pois uma base em Florianópolis (SC) também segue nos planos do Ministério da Defesa. No entanto, conforme o ministro, o fato de Anápolis estar mais próxima de hospitais das Forças Armadas deve pesar a favor na decisão.
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A decisão do governo brasileiro de trazer de volta os brasileiros que estão em Wuhan e manifestaram desejo de retornar ao país foi informada após a divulgação de um vídeo, nas redes sociais, em que homens e mulheres pedem que o presidente Jair Bolsonaro traga-os de volta, a exemplo do que vem sendo feito por outros países.
— A princípio, eles (brasileiros) vão permanecer em quarentena por 14 dias (margem internacional). Mas nós aumentamos para 18 dias como uma margem de segurança — ressalta.
Entre 40 e 45 pessoas devem ser trazidos pelo governo. Itamaraty teria contabilizado 55 indivíduos com este desejo — destes, 13 ou 14 disseram que não desejariam voltar para o Brasil.
Sobre os cuidados tomados pelo governo brasileiro, Mandetta afirma que pessoas que já apresentem os sintomas da doença não voltarão para o Brasil.
— Você acaba colocando em risco a pessoa por ser um voo muito longo, cerca de 24 horas. Esse avião também tem que ter equipamentos de proteção para a equipe que estará trabalhando — reforça.
A medida de retirar os brasileiros que estão em Wuhan gerou críticas entre algumas camadas da população. Alguns temem que a ação pode facilitar a entrada da doença no país. Sobre isso, Mandetta procurou transmitir tranquilidade.
— Esse vírus não tem letalidade suficiente como foi o caso do H1N1, por exemplo. Esses brasileiros são os que vão guardar a menor probabilidade de trazer esse tipo de doença (coronavírus) — explicou, reforçando o fato de que, assim que chegarem, eles serão isolados em quarentena.
O ministro orientou a população para que busque fontes com credibilidade como site de universidades e do Ministério da Saúde para evitar notícias falsas.
— Como toda virose, o que vale é o que chamamos de "etiqueta respiratória". Se você estiver gripado, evite locais fechados. Se tossir ou espirrar, tampe a boca ou nariz. Lave as mãos sistematicamente. Elas (mãos) são o principal meio de contágio. É preciso ter calma. Já passamos por um quadro semelhante. Nosso sistema de saúde costuma se adaptar — disse.