Nos últimos dias, o Ministério da Saúde identificou a circulação em larga escala de pelo menos 10 textos, vídeos ou áudios com informações falsas sobre o coronavírus. Abaixo, veja quais são e a verdade sobre eles:
1. "Chá imunológico" contra o vírus
Repassada em redes sociais, uma receita incluindo itens como alho e folhas de hortelã, entre outros ingredientes, promete proteger contra a transmissão da doença. O material orienta ainda a evitar produtos como leite para "potencializar o efeito" do coquetel.
- A verdade: não há, até o momento, medicamento ou vacina que possa prevenir a infecção pelo coronavírus. As medidas corretas são evitar contato com pessoas com sintomas, lavar as mãos com frequência, usar lenços descartáveis para a higiene nasal, entre outras.
2. Vitamina C + zinco
A imagem de embalagens de medicamento acompanhada de áudio sugere a ingestão de produtos contendo vitamina C e zinco para prevenir infecção pelo novo vírus.
- A verdade: até o momento, não há nenhum medicamento específico ou vacina que possa prevenir a infecção. As orientações são evitar contato com pessoas com sintomas, lavar as mãos com frequência e usar lenços descartáveis, entre outras.
Uma mensagem alerta para o risco de comprar produtos da China pelo correio, já que os itens poderiam carregar o vírus ativo para o Brasil.
- A verdade: não há evidência de que produtos enviados da China tragam o coronavírus. Os vírus geralmente não sobrevivem muito tempo sem um hospedeiro, e o tempo de tráfego desses produtos costuma ser de muitos dias.
4.Carnaval será porta de entrada do vírus
Mensagem repassada em redes sociais sustenta que o Carnaval vai proliferar o coronavírus no Brasil e apresenta uma lista de precauções a serem adotadas.
- A verdade: conforme o Ministério da Saúde, como não há comprovação de que o vírus esteja circulando no país, "não há precauções adicionais" recomendadas para o público em geral, e o isolamento só é recomendado para casos suspeitos.
5. Vídeo com recomendações de suposto médico
Um vídeo compartilhado apresenta um homem que se diz médico fazendo afirmações sobre a situação da doença na China e sugestões de prevenção que incluem desde chás até banhos quentes e frios.
- A verdade: o Ministério da Saúde sustenta que não há comprovação para nenhuma das informações do vídeo. As recomendações são evitar contato com pessoas com sintomas e lavar as mãos com frequência, entre outras.
6. Contaminação em feira de importados
Mensagem repassada via redes sociais orienta a evitar uma feira de importados em Brasília porque dois chineses que trabalham neste local teriam sido contaminados.
- A verdade: não há confirmação de nenhum caso em solo brasileiro ainda.
7. Vitamina D em vídeo
Em um vídeo, um homem faz afirmações sobre prevenção do coronavírus. Entre elas, a de que a vitamina D seria uma substância eficaz para barrar a contaminação.
- A verdade: não há, até o momento, medicamento específico ou vacina que possa prevenir a infecção pelo coronavírus.
8. Exposição ao sol
Em texto, uma fonte anônima recomenda adotar precauções como aumentar a exposição ao sol e, assim, aumentar o nível de vitamina D no organismo como uma das maneiras mais eficazes de barrar a contaminação pelo vírus.
- A verdade: até o momento, não há medicamento específico ou comprovação de que esse tipo de atitude seja capaz de aumentar o grau de segurança contra uma contaminação.
9. Notificação emergencial do Ministério da Saúde
Texto repassado em redes sociais informa sobre uma suposta "notificação emergencial" do Ministério da Saúde, destacando a gravidade da doença e sugerindo medidas como "manter a garganta úmida" por meio de água quente para combater uma eventual contaminação.
- A verdade: o ministério não divulgou nenhuma nota do tipo. Hidratação é importante para a saúde, mas não da forma que está exposta na mensagem ou nesse contexto.
10. Paralisação do Carnaval
Uma mensagem informa que o Brasil estaria em "alerta vermelho" em razão do coronavírus e orienta a população a não participar de nenhum evento de Carnaval.
- A verdade: como não há comprovação que o coronavírus esteja circulando no Brasil, não há precauções adicionais para o público em geral. O isolamento só é recomendado para casos suspeitos.
Esclareça suas dúvidas sobre o coronavírus
O que é?
O coronavírus é uma família de vírus que causa síndromes respiratórias, como resfriado e pneumonia. Versões mais graves do coronavírus causam doenças piores, como a temida Síndrome Respiratória Aguda Grave (Sars, sigla em inglês), responsável pela morte de mais de 600 pessoas na China e em Hong Kong entre 2002 e 2003. A versão de vírus que circula agora é uma espécie nova, desconhecida da comunidade médica, e o medo é de uma pandemia global.
Quais os sintomas?
Dentre os possíveis sintomas estão febre, dor, dificuldade para respirar, tosse, diarreia e pneumonia.
Onde surgiu?
Na cidade de Wuhan, na província de Hubei, na China. A metrópole de 11 milhões de habitantes está isolada. Trens e voos foram interrompidos e detectores de febre foram instalados nas estações de embarque e no aeroporto. Nas estradas, a temperatura corporal é medida pelos postos de controle e, para sair da cidade, o transporte não pode ser feito de carro. Para evitar qualquer concentração de pessoas, as autoridades anularam as comemorações do Ano-Novo Lunar chinês na cidade. As autoridades também proibiram qualquer espetáculo e fecharam um museu.
Como surgiu?
O Centro para Vigilância e Prevenção de Doenças (CDC), equivalente dos Estados Unidos à Anvisa, identifica um grande mercado atacadista de peixes e frutos do mar na cidade de Wuhan como a origem das infecções.
Como ele é transmitido?
De animal para pessoa e de pessoa para pessoa. Segundo o governo chinês, o vírus pode se modificar e ser transmitido mais facilmente. Conforme o CDC, pessoas mais velhas parecem ter maior risco.
Como é o tratamento?
Não há tratamento contra o coronavírus em si, apenas contra os sintomas. Pacientes tomam remédio para baixar a febre e podem receber máscara de oxigênio para respirar melhor, por exemplo.
Quais os cuidados?
Lavar as mãos (sobretudo quem passar por aeroportos), evitar contato dos dedos com mucosas do nariz, olhos e boca. É recomendável usar álcool em gel.
A vacina contra a gripe protege?
Não. Segundo Alexandre Zavascki, chefe da Infectologia do Hospital Moinhos de Vento e professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), o vírus da gripe não é o coronavírus, e sim o influenza. Portanto, a vacina regular tomada antes do inverno não protege.
Por que o nome coronavírus?
O nome vem do latim corona, que significa coroa. Visto de um microscópio, o coronavírus parece uma coroa ou auréola.