O prefeito de Wuhan, epicentro do surto do novo coronavírus, admitiu nesta segunda-feira (27) que escondeu informações sobre o avanço da doença e se ofereceu para renunciar ao cargo. Em entrevista à emissora de televisão estatal chinesa, Zhou Xianwang confirmou que pelo menos 5 milhões de pessoas deixaram a cidade antes do isolamento, o que pode ter contribuído para a disseminação do vírus pelo país. As informações são da Folha de S.Paulo.
— Nossos nomes viverão na infâmia, mas enquanto for propício ao controle da doença e à vida e segurança das pessoas, o camarada Ma Guoqiang e eu assumiremos qualquer responsabilidade — disse Zhou.
Ma Guoqiang, o secretário do Partido Comunista da China em Wuhan, também ofereceu o cargo.
Até esta segunda-feira, 81 pessoas morreram e 2,744 foram infectadas na China, um salto de cerca de 40% em comparação com o domingo (26).
Ma Xiaowei, diretor da Comissão Nacional de Saúde da China, disse no domingo (26) que a velocidade com que a doença está se espalhando pode aumentar devido às pessoas que carregam o vírus, mas não apresentam sintomas. O período de incubação, segundo Xiaowei, é de 1 a 14 dias.
Durante o fim de semana, o número de casos confirmados saltou 50% e as autoridades anunciaram a construção de um segundo hospital de emergência, este com 1,300 leitos.
Também nesta segunda-feira, a Organização Mundial da Saúde (OMS) corrigiu sua avaliação de risco do coronavírus. A entidade alterou de "moderado" para "elevado" o nível de ameaça do novo vírus para o mundo. A doença já se espalhou pela Ásia, Europa, Estados Unidos e Austrália.