A prefeitura de Santa Maria e a Secretaria Estadual de Saúde confirmaram, no dia 19 de abril, um surto de toxoplasmose na cidade da Região Central. Em coletiva à imprensa , foram confirmados 14 casos. Cindo dias depois, o número de registros oficiais de pessoas infectadas passou para 51. GaúchaZH preparou perguntas e respostas sobre o que se sabe sobre a doença:
Como foi confirmado o surto?
A suspeita começou a partir de casos da chamada "síndrome febril", registrados em moradores que procuraram atendimento em unidades de saúde de Santa Maria. Uma análise de 59 ocorrências, realizada pelo Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen), apontou para positivo em 14 pacientes que apresentaram sintomas de toxoplasmose. A partir disso, um documento da Secretaria Municipal da Saúde, do dia 14 de abril, alertou para o surto da doença. A confirmação oficial ocorreu um dia depois, em coletiva à imprensa.
Qual a forma de contaminação dessas pessoas infectadas?
Ainda não se sabe a forma de contaminação em Santa Maria. O médico infectologista Fábio Lopes Pedro avalia que, pelos sintomas apresentados pelos pacientes na cidade, pode ter se dado por meio da rede de abastecimento de água. A Corsan rejeita problemas na água, mas um laboratório ligado à Universidade Estadual de Londrina, no Paraná, foi contratado para fazer análise de amostras.
De forma geral, a transmissão se dá por via oral, através da ingestão do cisto (forma infectante). Isso pode ocorrer pelo consumo de alimentos contaminados como verduras não cozidas, carnes mal cozidas ou pela água.
— O hospedeiro definitivo são os felinos. É neles que o protozoário se reproduz e é disseminado através das fezes — explica o médico infectologista Thiego Cavalheiro, consultor da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI).
O número de pessoas contaminadas pode aumentar?
Sim. A médica infectologista da prefeitura de Santa Maria Paula Martinez afirma que o aumento dos casos é uma preocupação. Por isso, é preciso identificar a forma de contaminação para evitar novas pessoas doentes.
O surto pode se espalhar para outras cidades?
Segundo a médica Paula Martinzes, é muito difícil, porque o protozoário não é eliminado pelos humanos, e sim pelos felinos infectados pelo toxoplasma. Alguém que se expor ao parasita em Santa Maria e for para outra cidade, não irá transmitir a doença.
— A disseminação para outros lugares fica difícil de ocorrer — afirma a especialista.
Houve alguma morte confirmada?
Nenhuma morte foi confirmada em decorrência do surto na cidade.
Quais sintomas as pessoas doentes apresentaram?
O médico infectologista Thiego Teixeira Cavalheiro afirma que os principais sintomas são dor no corpo, febre e mal-estar. Segundo ele, os pacientes que correm maior risco são gestantes, crianças com menos de dois anos, pessoas com lesão ocular e pacientes imunodeprimidos, ou seja, com o sistema imunológico enfraquecido.
Existe alguma orientação para evitar a contaminação?
A orientação para as pessoas do grupo de risco é que consumam, preferencialmente, água mineral. Já as demais podem utilizar água fervida por pelo menos 10 minutos.
Médica detalha surto da doença em Santa Maria. Ouça: