A Secretaria Estadual da Saúde pretende realizar nesta terça-feira (24) coletas para identificar se a água fornecida em Santa Maria está na origem do surto de toxoplasmose que atingiu a cidade.
As amostras, cada uma de 500 mililitros, serão coletadas em diferentes pontos da Estação de Tratamento da Corsan do município, contemplando as várias fases do processo de tratamento. As amostras serão encaminhadas ao Laboratório de Protozoologia da Universidade Estadual de Londrina, no Paraná, credenciado pelo Ministério da Saúde para esse tipo de testagem.
O objetivo é identificar a fonte da contaminação. Será examinado, por exemplo, material do decantador e dos filtros de retrolavagem. Nesses ambientes, segundo a secretaria, os oocistos ("ovos") do protozoário causador da toxoplasmose podem sobreviver por um longo período, sendo possível identificar se houve a presença do organismo nos últimos meses.
Além da estação de tratamento, informaram as autoridades, haverá ainda a coleta de 10 litros de água na residência de um dos casos confirmados, local a ser definido por critérios epidemiológicos e geográficos. Se for necessário, novas amostras serão coletadas ao longo da investigação. Não foi informado quando ocorrerá a divulgação dos resultados.
A secretaria informou ainda que, em paralelo a essas análises, a Vigilância em Saúde aplicará questionários junto a pessoas que tiveram confirmação da doença, para levantar informações sobre consumo de água e de alimentos. Um dos objetivos é identificar se a população atingida utiliza outras fontes de fornecimento de água (como poços artesianos ou fontes coletivas), além de averiguar se o contágio pode ter ocorrido por outra fonte – o protozoário pode estar presente também em carnes mal passadas ou em verduras.
Até a noite de sexta-feira (20), o Laboratório Central do Estado (Lacen) havia confirmado 21 casos da doença, sete deles envolvendo gestantes, o grupo que gera mais preocupação, por causa dos riscos para o feto. Conforme o levantamento, os pacientes residem em 13 bairros diferentes, embora não se saiba em que parte de Santa Maria tenham se infectado. Havia ainda 47 pessoas que tiveram um primeiro diagnóstico positivo e que estão com a confirmação do diagnóstico pendente.
Além desses casos, o Hospital Universitário de Santa Maria informou que está tratando 12 gestantes que tiveram a doença entre 1º de janeiro e 15 de abril.