O aumento dos casos de síndrome febril em Santa Maria colocou especialistas em alerta na cidade. Em um mês, somente no Pronto-Atendimento (PA) do bairro Patronato - nos setores adulto e infantil - foram pelo menos 60 ocorrências registradas da doença, que tem como principais sintomas febre, dor de cabeça e no corpo.
Mesmo com o aumento de casos com sintomas semelhantes, ainda não há identificação do agente causador da doença. Na tarde desta quarta-feira (11), técnicos do Laboratório Central de Saúde Pública do Rio Grande do Sul (Lacen) irão a Santa Maria para ajudar no diagnóstico. Devem ser feitos trabalhos de análise técnica, para que seja identificada a origem do problema. Análise da água, controle sanitário e de parasitas ambientais, por exemplo, são alguns dos trabalhos a serem realizados.
Ainda, serão buscados os pacientes que apresentaram os quadros mais graves, como a internação, para estudar o comportamento e ser feito o controle do surto, se necessário.
De acordo com o infectologista Alexandre Schwarzbold, pela forma como a síndrome tem se comportado nos pacientes, os riscos de ela evoluir para um quadro mais grave são mínimos:
_ Aparentemente, se analisarmos os casos que estão ocorrendo na cidade e também em outros municípios da região, é possível dizer que uma minoria dos casos tenha um agravamento. A grande parte tem uma apresentação que chamamos de autolimitada, que se limita na própria defesa do corpo, sem um tratamento específico. Eventualmente ocorreram internações que tiveram agravamento de alguns sintomas, de algum exame laboratorial. Em nenhum desses casos foi identificado um óbito associado. Podemos dizer que, provavelmente, se trata de uma síndrome febril com baixa letalidade.
O infectologista também reforça que a doença não se transfere de uma pessoa para outra pelo contato entre elas:
_ A orientação importante desse momento é que não parece existir uma transmissão interpessoal, de um paciente para outro, o que é muito comum nos quadros respiratórios. Isso porque os familiares dessas pessoas, não tiveram nem infecção, portanto não houve transmissão entre eles. Isso faz pensar que a associação é com alguma coisa no ambiente, ou com aquilo que as pessoas tiveram contato.
Corsan garante qualidade da água em Santa Maria
Diante das diferentes informações que circulam em redes sociais na cidade, a Corsan emitiu uma nota garantindo a qualidade da água em Santa Maria:
“A Corsan (Companhia Riograndense de Saneamento) informa que a água tratada e distribuída à população de Santa Maria atende todos os parâmetros de potabilidade exigidos pela legislação (Anexo XX da Portaria de Consolidação nº 5/2017, do Ministério da Saúde; e da Portaria nº 320/2014, da Secretaria Estadual da Saúde), em especial quanto à sua desinfecção. Com isso, assegura-se que a sua qualidade está devidamente atestada e que ela pode ser consumida sem qualquer receio, não possuindo assim relação com a recente notícia de surto de “síndrome febril””, diz trecho do documento. Confira a nota, na íntegra, no site da companhia.