Porto Alegre ainda tem ruas de bairros tomadas por entulho. No Sarandi, na Zona Norte, uma das regiões da cidade mais afetadas, há pelo menos 15 ruas bloqueadas pelos materiais, onde é possível transitar somente a pé ou com maquinário pesado.
Entre as vias afetadas estão as ruas Abílio Fernandes, Adherbal Fraga e Vieira da Silva, onde houve novos alagamentos na manhã desta quarta-feira (19).
Na tarde desta quarta, a prefeitura informou que a força-tarefa para limpeza segue na Zona Norte. Até o momento, 72.797 toneladas de entulho foram recolhidas. O material será encaminhado para o aterro da Unidade de Valorização de Resíduos São Judas Tadeu, em Gravataí, na Região Metropolitana.
Até agora, 19% — menos de um quinto — do material recolhido recebeu esta destinação. A maior parte está em cinco terrenos de depósito provisório, que a prefeitura chama de "bota-espera".
Segundo o Departamento Municipal de Limpeza Urbana (DMLU), 37 carretas contratadas pela prefeitura realizam o transporte dos materiais retirados das ruas para o município vizinho. Cada caminhão possui capacidade de transportar 10 toneladas por viagem e, segundo o DMLU, são realizadas, em média, de duas a três viagens por dia entre Porto Alegre e Gravataí.
De acordo com a direção do aterro em Gravataí, até o começo desta quarta, 13.844 toneladas foram encaminhadas ao local, que tem capacidade para receber 180 mil toneladas de resíduos. O diretor da unidade, Diego Soares Nunez, diz que há possibilidade de solicitar, junto aos órgãos responsáveis, a ampliação dessa capacidade. Além de resíduos da Capital, o local recebe materiais descartados dos municípios de Canoas e Gravataí.
Depois de encaminhados ao aterro, os resíduos são analisados em um espaço de triagem e encaminhados para reaproveitamento, quando possível.
Resíduos do corredor de acesso
Na semana passada, a prefeitura havia anunciado que usaria o material retirado do acesso provisório construído durante a enchente na Avenida Assis Brasil para melhorar as vias que levam ao aterro em Gravataí, a fim de agilizar o transporte.
Isto acabou não se confirmando, no entanto. A prefeitura informa que usou a maior parte destas 4 mil toneladas de resíduos nos acessos aos terrenos de depósito provisório, além da manutenção de vias públicas de Porto Alegre. Parte do material também está em uma usina de reciclagem no bairro Sarandi.
A direção do aterro afirma que melhorias foram feitas no acesso ao local, mas com materiais fornecidos pela prefeitura de Gravataí.