As toneladas de entulhos gerados pelos estragos das enchentes em Porto Alegre serão encaminhadas a um aterro em Gravataí, adquirido de forma emergencial pela prefeitura da Capital. A contratação foi publicada no Diário Oficial de Porto Alegre desta quarta-feira (22). Foram investidos R$ 19,7 milhões na compra da Unidade de Valorização de Resíduos da Construção Civil São Judas Tadeu Ltda., que fica a 20 quilômetros da Capital.
Desde que começou a reduzir o nível do Guaíba, equipes do Departamento Municipal de Limpeza Urbana (DMLU) têm atuado para limpar as ruas. Até a noite de segunda-feira (20), já haviam sido recolhidas 2,4 mil toneladas de resíduos descartados pelos moradores, como sofás, colchões, armários e roupas.
Conforme o diretor-geral do DMLU, Carlos Alberto Hundertmarker, o aterro de inertes em Gravataí tem capacidade de receber de 77 a 180 mil toneladas de lixo. Segundo a autarquia, assim que possível o material começa a ser encaminhado ao novo local. Em Porto Alegre, o DMLU montou quatro áreas, em diferentes regiões da cidade, que recebem de forma temporária os materiais. Um na Zona Norte, entre os bairros Sarandi e Humaitá. Outro no aterro do bairro Serraria, na Zona Sul, que já está em funcionamento. E outros dois na região central: em terreno na Avenida Loureiro da Silva, próximo do prédio da Receita Federal, e outro nos arredores da Usina do Gasômetro.
Quando a água baixar nos bairros mais atingidos de Porto Alegre, como Humaitá e Anchieta, é provável que as toneladas de lixo se multipliquem. Ainda não é possível prever quando o trabalho será concluído e nem o volume de entulho total gerado pela tragédia.
— Enquanto não tirarmos todo o lixo e deixarmos os bairros minimamente habitáveis para as pessoas voltarem para suas casas, não vamos parar. Não sabemos ainda o que está debaixo d’água e dependemos também da previsão do tempo, com previsão de chuva nesta semana, poderemos ter ainda novas áreas alagadas e retrabalho, depois de tudo que já fizemos até agora — afirma o diretor do DMLU.
O novo aterro contratado surge como alternativa para dar agilidade ao trabalho, conforme Carlos Alberto, e para garantir um mais espaço mais adequado para alocar os resíduos. As áreas adquiridas de forma emergencial têm a liberação da Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam) e da Secretaria do Meio Ambiente do Estado (Sema).