Muito prejudicada pela enchente que atinge Porto Alegre, a Zona Norte sofre, neste momento, com a demora no escoamento das águas. Muitos moradores ainda não conseguiram voltar às residências para avaliar os prejuízos.
Em entrevista ao programa Atualidade, da Rádio Gaúcha, na manhã desta quarta-feira (22), o diretor-geral do Departamento Municipal de Água e Esgotos (Dmae), Maurício Loss, falou sobre os esforços feitos especialmente nos bairros Anchieta, Sarandi e na região do Quarto Distrito, e afirmou que não há como prever quando a situação será resolvida:
— A única maneira de resolver é no que estamos avançando. É muita água. Precisamos também da ajuda da natureza, que é o Guaíba escoar. Estamos sujeitos a intempéries. Amanhã (quinta) vamos ter chuva, o que pode prejudicar o escoamento das águas. Estamos sujeitos ao vento sul, a chuva nas cabeceiras dos rios. Não há como prever uma data. Em maio ainda teremos dias difíceis.
Segundo Loss, as principais medidas tomadas pelo Dmae para tentar escoar a água dessas regiões são a religação das casas de bombas e abertura de comportas do sistema de contenção.
— Nós aventamos a possibilidade de colocar as bombas da Sabesp (equipamentos flutuantes para retirada da água cedidos pela companhia de saneamento de São Paulo) no Humaitá, no Quarto Distrito. Quando pensamos nisso, estávamos apenas com a casa de bombas 5 funcionando. Estávamos com as comportas fechadas e as estações de bombeamento paradas. Hoje a casa de bombas 5 está funcionando. As comportas 12 e 14 estão abertas. A casa de bombas 4 também está funcionando — explicou o diretor. As casas de bombas 4 e 5 ficam na Rua Voluntários da Pátria e servem, respectivamente, para escoar água das áreas da Avenida Brasil até a Avenida Sertório e do Parque Humaitá e da Vila Farrapos.
Maurício Loss afirmou que todas as possibilidades estão sendo levadas em conta e que há avanços, ainda que a evolução não seja perceptível para a população.
— O nosso time irá continuar nas casas de bombas 1 (Rodoviária) e 3 (São Pedro). Vamos tentar abrir a comporta 11. Estamos conseguindo avançar. Os únicos pontos de saída são as casas de bombas e as comportas. Bombear a água por cima da freeway é impossível. Não é falta de esforço. Não é abandono — ressaltou.
Região do aeroporto
Outro ponto que segue inundado na capital gaúcha é o Aeroporto Internacional Salgado Filho, que permanece fechado e sem previsão de reabertura.
— Ontem (terça) um time de engenheiros nosso percorreu a área para identificar os pontos onde as bombas podem ser instaladas. Nós temos que ter para onde bombear. Com todo o entorno alagado, fomos identificar os pontos de saída em relação ao Rio Gravataí. Hoje (quarta) nós vamos voltar a falar com a Fraport e definir isso. O time da Sabesp vai instalar mais bombas no Sarandi e vamos começar a atacar a região do aeroporto. É um processo delicado — pontuou.