Porto Alegre irá adquirir de forma emergencial um novo aterro sanitário. O espaço, que ainda não teve a localização divulgada, ficará em um terreno próximo da Capital, e receberá, entre outros resíduos, os entulhos com utensílios das casas e empresas atingidas pela enchente.
Desde a redução do nível do Guaíba, equipes do Departamento Municipal de Limpeza Urbana (DMLU) têm atuado para limpar as ruas. De acordo com a Prefeitura, até a noite de segunda-feira (20), já haviam sido recolhidas 2,4 mil toneladas de material descartado pelos moradores, como sofás, colchões, armários e roupas.
— Nossa equipe de engenharia do DMLU já prospectou e fez uma análise de vários Aterros de Inertes aqui no Rio Grande do Sul e fora, como por exemplo em Santa Catarina. Já diagnosticamos um que serve para atender a nossa demanda, que é de 77 a 80 mil toneladas. Fica aqui no próprio Estado, muito próximo de Porto Alegre. Estamos em um processo de contratação emergencial e vai sair no edital do Diário Oficial do Município — declarou o diretor-geral do DMLU, Carlos Alberto Hundertmarker.
Enquanto o novo aterro não fica pronto, o DMLU montou quatro áreas, em diferentes regiões da cidade, que receberão de forma temporária estes resíduos. Um na Zona Norte, entre os bairros Sarandi e Humaitá. Outro no aterro do bairro Serraria, na Zona Sul, que já está em funcionamento. E outros dois na região central: em um terreno na Avenida Loureiro da Silva, próximo do prédio da Receita Federal, e outro nos arredores da Usina do Gasômetro.
— Criamos algumas áreas na cidade que servem como um bota-espera. É um mini transbordo, posso dizer assim. Estas áreas têm a liberação da Fepam (Fundação Estadual de Proteção Ambiental) e Secretaria do Meio Ambiente do Estado. Isso serve para dar mais agilidade, mas também para fazer uma logística mais adequada até o aterro — explica Hundertmarker.
Força-tarefa
Para realizar a limpeza das ruas que não estão mais alagadas, o DMLU montou uma força-tarefa que conta com 800 garis, 168 caminhões e 30 retroescavadeiras. Estes grupos atuaram nesta terça-feira (21) em diferentes locais, passando pela região central de Porto Alegre (nos bairros Centro Histórico, Cidade Baixa, Menino Deus e entorno da Estação Rodoviária), na Zona Sul (bairros Belém Novo, Lami, Serraria, Cristal, Guarujá, Assunção e Pedra Redonda) e Zona Norte (Sarandi e São Geraldo).
Nesta terça, a reportagem de GZH acompanhou o trabalho no bairro Cidade Baixa. Na rua Baronesa do Gravataí, onde a água quase atingiu 2m de altura, muitos moradores perderam praticamente tudo.
— Chegou um momento em que todo mundo colocou o lixo na frente de casa e era tanta coisa que impediu a nossa entrada no condomínio. Tivemos que chamar o pessoal do DMLU para limpar. A gente entende que é complicado, é muito entulho, mas as pessoas precisam respeitar os seus espaços na hora de jogar o lixo — contou a moradora Sabrina Dutra.