O primeiro centro estruturado para receber desabrigados em Porto Alegre será instalado na Zona Norte e deverá ficar pronto até o final de junho. O convênio entre o governo do Estado e a prefeitura foi assinado nesta quinta-feira (6).
Chamado oficialmente de Centro Humanitário de Acolhimento (CHA), o pavilhão será instalado em um campo de futebol anexo ao Centro Vida, no bairro Costa e Silva, e terá capacidade para receber até 1 mil pessoas. A empresa responsável pela instalação e manutenção do espaço será contratada pelo sistema Fecomércio, em uma doação feita ao governo do Estado.
A estimativa de entrega foi feita pelo vice-governador Gabriel Souza, em entrevista após a assinatura do acordo.
— A Fecomércio vai terminar a contratação no início da semana que vem. Assim que assinar o contrato com a fornecedora, em média de 20 dias a empresa entrega as estruturas montadas — projetou Gabriel.
Também está nos planos do governo estadual a construção de outros dois espaços na Capital, no estacionamento do complexo Porto Seco e no centro de eventos Ervino Besson.
Esses centros são projetados para oferecer estruturas mais qualificadas às famílias abrigadas, que hoje estão em locais como escolas e ginásios, até a entrega de moradia definitiva.
O prefeito Sebastião Melo disse que ainda não é possível estimar se esse número será adequado para atender todos os desabrigados da Capital, visto que o contingente vem caindo ao longo das últimas semanas. Porto Alegre chegou a ter mais de 15 mil pessoas em abrigos públicos no pico da crise, mas o número baixou dos 5 mil nesta quinta.
— Só vamos ter clareza na nossa avaliação nos próximos 10 ou 15 dias. Mas temos de ter o acolhimento por uma questão de responsabilidade com as pessoas — afirmou Melo.
Ainda nesta quinta, o governo firma convênio com a prefeitura de Canoas para instalação de CHAs no Centro Olímpico Municipal e em área próxima à Refinaria Alberto Pasqualini. Neste último, serão instaladas casas provisórias cedidas pela Acnur, entidade ligada à Organização das Nações Unidas (ONN), o que deve permitir a abertura em cerca de duas semanas.
Juntas, as cinco estruturas na Região Metropolitana poderão receber até 3,8 mil pessoas. O governo também ofereceu a instalação dos CHAs a Guaíba e São Leopoldo, mas as prefeituras desses municípios não demonstraram interesse.
Como serão os centros temporários
- Pavilhões foram planejados para receber com mais qualidade famílias hoje instaladas em espaços improvisados
- Além de dormitórios separados por divisórias, haverá banheiros, cozinha, refeitório, lavanderia, brinquedoteca, posto de saúde e espaços para animais de estimação.
- Haverá alojamentos em separado para homens sozinhos e outro para mulheres sozinhas ou com seus filhos
- Brigada Militar será responsável pela segurança e uma empresa privada doará serviço de internet wi-fi
- CEEE Equatorial e Dmae fornecerão água e energia elétrica para os CHAs em Porto Alegre; em Canoas, serviços ficarão a cargo da RGE e da Corsan Aegea