Com 14 mil pessoas distribuídas em quase 150 abrigos de Porto Alegre, a prefeitura busca ajuda do governo federal para construir uma "cidade provisória". O bairro Porto Seco, com uma área pública que não foi afetada pelas cheias, é o local identificado pelo município como ideal para tirar o projeto de ajuda humanitária do papel.
O governo federal entraria com o dinheiro. A "cidade provisória" poderia receber até cinco mil barracas para cada família e abrigar ao menos 10 mil pessoas.
Essas barracas seriam fornecidas pela da Secretaria Nacional de Defesa Civil. Os dez galpões das escolas de samba, do Complexo Cultural do Porto Seco, poderão receber essas estruturas.
Já as Forças Armadas ficariam responsáveis pela segurança destes locais. Dessa forma, seria necessário decretar uma missão de Garantia da Lei e da Ordem (GLO), ato de competência exclusiva do presidente da República.
A proposta começou a ser discutida dentro da prefeitura no sábado (11). Ela será levada ao governador Eduardo Leite e ao presidente Lula.
A prefeitura projeta que a mobilização dos voluntários diminuirá a cada dia. Além disso, os imóveis de entidades privadas que cederam espaço para abrigos precisarão, em breve, ser devolvidos.
Esta nova "cidade" contaria com escolas e mercados para atender às pessoas enquanto as regiões onde elas moram - ilhas, bairro Humaitá e 4º Distrito - passam por reconstrução. A inspiração da prefeitura de Porto Alegre veio de tragédias como a ocorrida nas cidades serranas do Rio de Janeiro em 2011.
Para regiões alagadas do 4º Distrito, a prefeitura propõe construções mais rápidas com utilização de contêineres. Eles seriam usados para a instalação de comércios e até para construção de prédios.
A proposta ainda não está sendo tratada publicamente pela prefeitura. A ideia é avançar no assunto nos próximos dias.
- Estamos ainda tratando desse assunto e estudando alternativas - informou o secretário municipal de Comunicação da Prefeitura de Porto Alegre, Luiz Otávio Prates.