Em meio à diminuição de voluntários em abrigos que acolhem animais resgatados da enchente, a prefeitura de Porto Alegre, por meio do Gabinete da Causa Animal (GCA), projeta abrir, no próximo mês, um espaço para centralizar essa demanda. O local, que deve funcionar no bairro Glória, poderá receber até 2 mil animais. A cedência do imóvel está em negociação e deve ser oficializada ainda em junho.
Segundo a secretária do GCA, Fabiana Ribeiro, o objetivo é aliviar os cerca de 60 espaços voluntários dedicados ao acolhimento de animais já mapeados pela prefeitura. Ela estima que ao menos 6 mil animais estejam nesses locais. Eles serão remanejados gradativamente à medida que passarem por cadastramento, vacinação, castração e microchipagem. Esses serviços serão ofertados pela prefeitura.
Atualmente, 108 animais, de quatro abrigos da Capital, já passaram pela etapa de cadastramento. A estimativa é de que mais de cem já tenham sido vacinados. A castração deve ocorrer nos próximos dias, após a conclusão da fase de vacinação.
A expectativa é de que o espaço seja cedido, inicialmente, por dois anos à prefeitura. O local contará com equipes de manejo e cuidado animal, incluindo médicos veterinários, contratados pela administração municipal.
— Sabemos que os voluntários têm suas vidas, seus compromissos e não poderão continuar por muito tempo com esse trabalho. A prefeitura vai assumir essa demanda. Estamos resignados enquanto poder público a dar continuidade nesse trabalho de acolhimento com muita dedicação e amor — afirma a secretária.
A reportagem de GZH visitou o maior abrigo voluntário de animais da Capital na última quarta-feira (12) e constatou cenário de escassez de voluntários e sobrecarga de demandas. O espaço fica no Vida Centro Humanístico, na Zona Norte.
Cadastramento busca reencontros
A prefeitura estima que mais de 10 mil animais já tenham passado pelos abrigos da Capital. Muitos deles são das cidades da Região Metropolitana que foram atingidas pela enchente. Com isso, encontrar os tutores se tornou um desafio.
Para acelerar esse processo de reencontro, a prefeitura afirma que está trabalhando para cadastrar os animais na ferramenta PetsRS. O site apresenta fotos e características dos resgatados, assim como a localização dos abrigos em que estão. O objetivo é evitar um alto número de cães e gatos sem donos no futuro e proporcionar o reencontro daqueles que estão perdidos.
Caso os tutores não sejam localizados, estes animais terão a chance de ter um novo lar a partir de feiras de adoção, explica Claiton Silva, técnico da Secretaria de Planejamento e integrante da força-tarefa do GCA para recuperação da cidade.
— Já acertamos uma feira (de adoção) de longa duração em parceria com o Shopping Total e a ONG Cão da Guarda. Também realizaremos em conjunto com o governo estadual, GRAD (Grupo de Resposta a Animais em Desastres) e o comando da Operação Taquari II, das Forças Armadas, uma feira na Redenção, no final de junho. Faremos, ao longo dos dias, eventos estruturados em diferentes regiões, facilitando participação da comunidade e encontro dos pets — afirma.