O programa Gaúcha Atualidade, da Rádio Gaúcha, está ouvindo ex-prefeitos de Porto Alegre sobre o que fizeram durante seus mandatos em relação à proteção da cidade contra enchentes e o que eles acreditam que deve ser feito a partir de agora para que tragédias como as que acometeram a Capital em 1941 e em maio deste ano não se repitam. Nesta quinta-feira (6), o entrevistado foi José Fogaça, que governou a cidade entre 2005 e 2010. Ele afirmou que há necessidade de grandes investimentos devido ao momento climático atual.
— Temos um momento absolutamente preocupante que estamos vendo no mundo inteiro — afirmou, mencionando a enchente que está ocorrendo no sul da Alemanha. —Eventos de grande porte já aconteceram em 1941, só que agora vão acontecer novamente, mas com muito mais frequência. O futuro é de grandes e conscientes investimentos que procurem se voltar em soluções naturais, como cidades esponja, desvio de banhados para reservatórios, novos padrões, novas técnicas que estão sendo adotadas no mundo inteiro — elencou.
Fogaça também falou sobre o sistema de proteção já existente na Capital.
— Sistemas de proteção, muro, comportas, casas de bomba, canais, galerias, também são necessários. O sistema artificial também é necessário e vai exigir novas tecnologias. Casas de bomba mais resistentes, mais robustas, com novos materiais e mais modernização. Vai ter custos, evidentemente, vai exigir tempo e mais uma vez um cadeamento, uma sequência de governos conscientes que possam seguir com o que foi iniciado no governo anterior.
Sobre as ações realizadas por ele durante seu mandato, Fogaça declarou que foram executadas obras de grande magnitude na área subterrânea da cidade.
— Elaboramos, na ocasião, um projeto e realizamos diversas intervenções, mas é uma parte da cidade que a população não enxerga, mas elas estão aí.
Durante o mês de maio, Porto Alegre foi afetada pela enchente que atingiu o Rio Grande do Sul e, até o momento, deixou 172 mortos no Estado. Milhares de pessoas ficaram desabrigadas ou desalojadas na Capital e, em diversos pontos da cidade, ainda é possível visualizar áreas de alagamento que persistem há mais de 30 dias.