O programa Gaúcha Atualidade, da Rádio Gaúcha, está ouvindo ex-prefeitos de Porto Alegre sobre o que fizeram durante seus mandatos em relação à protação da cidade contra enchentes e o que eles acreditam que deve ser feito a partir de agora para que tragédias como as que acometeram a Capital em 1941 e em maio deste ano não se repitam. Nesta quarta-feira (5), o primeiro a falar foi Olívio Dutra (PT).
— Temos que ter um planejamento para o espaço urbano brasileiro. Precisa ter uma relação da área urbana com a área rual, com conhecimento de solo e subsolo, ter políticas que tratem das questões específicas de realidades como a de Porto Alegre. Precisamos de um zoneamento ecológico e econômico que possa ser executado por autoridades e setores em todos os níveis — defendeu o ex-prefeito.
Olívio destacou que, em sua gestão, de 1989 a 1993, as casas de bombas eram vistoriadas com regularidade.
— Tratamos de ter um cuidado quase diário com as casas de bomba para que não fossem inundadas, para que as peças não se deteriorassem, não enferrujassem. Equipes trabalhavam intensamente. Naquele tempo, não tinha celular como temos hoje, tinha radiozinho, e os companheiros percorriam o centro da cidade no mínimo uma vez por semana registrando os problemas que encontravam em relação ao sistema de proteção da cidade — detalhou.
Durante o mês de maio, Porto Alegre foi afetada pela enchente que atingiu o Rio Grande do Sul e, até o momento, deixou 172 mortos no Estado. Milhares de pessoas ficaram desabrigadas ou desalojadas na Capital e, em diversos pontos da cidade. As casas de bomba da cidade ficaram inundadas e prejudicaram o escoamento da água nas vias do município.
Olívio destacou que o seu intuito durante o mandato foi valorizar a equipe especializada responsável pela proteção da cidade contra cheias.
— Nas primeiras reuniões do orçamento participativo, a comunidade já disse que a prioridade de ação da Frente Popular era tratar do saneamento e do sistema de proteção da cidade contra inundações. Foi aí que atuamos intensamente valorizando o que já tínhamos de estrutura, a Secretaria Municipal de Meio Ambiente, criada em 1970, quando se criou o sistema de proteção da cidade, e valorizando técnicos, engenheiros, ambientalistas, estudiosos e toda a equipe especializada nessas questões — lembrou.