Após montar uma operação emergencial para migrar 10,3 milhões de processos para a nuvem durante a enchente de maio, o Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJRS) assinou nesta sexta-feira (28) contrato com o Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro).
Principal fornecedor de soluções tecnológicas para órgãos públicos, o Serpro irá auxiliar a Justiça gaúcha na consolidação da transferência e na manutenção do sistema de processo eletrônico (eproc) na nuvem.
Em maio, com os principais prédios do Judiciário em Porto Alegre alagados e sem energia elétrica, servidores passaram noites em claro para transmitir 200 terabytes de informações judiciais. Prevista para ocorrer no final do ano, durante o recesso, a transmissão dos dados foi concluída em 11 dias, fazendo do TJ o único órgão do ambiente de Justiça que permaneceu no ar durante o desastre climático.
De acordo com um representante da Amazon Web Services, subsidiária da Amazon especializada em computação em nuvem e que auxiliou na operação, a migração do eproc foi feita num tempo recorde na trajetória da empresa.
Segundo o presidente do Conselho de Inovação e Tecnologia do TJ, desembargador Antônio Vinicius Amaro da Silveira, caso a migração não tivesse sido feita, hoje o Judiciário estaria atuando com 50% da capacidade operacional, trabalhando apenas com medidas de urgência, sem fazer sessões nem audiências.
- A nuvem é o ambiente que viabiliza uma nova era tecnológica, passando principalmente pela segurança cibernética. Ela nos dá tranquilidade, estabilidade e possibilidade de crescimento na prestação jurisdicional - pontuou Silveira.
Para o presidente do TJ, Alberto Delgado Neto, a decisão teve um simbologia relevante por representar um rompimento de paradigmas na cultura do Judiciário, representando maior velocidade e segurança ao sistema de justiça.
- Hoje é um dia histórico, tão histórico quanto aquele em que se decidiu ir para o processo eletrônico. É um rompimento cultural muito grande, hoje o nosso armário está muito bem cuidado, muito bem guardado - resumiu Neto.