Os moradores do bairro Hípica, em Porto Alegre, têm enfrentado dificuldades com a chuva que assola boa parte do Rio Grande do Sul nos últimos dias. Mesmo com a diminuição das pancadas de água, as pessoas começaram a deixar suas residências desde o fim da noite de quarta e no começo da manhã desta quinta-feira (2).
No Beco 5, próximo da Avenida Juca Batista, 6.005, a maior reclamação dos moradores é a água que se acumula nas vias da região.
— O temporal maior veio hoje de manhã. Muita gente já deixou suas casas. Aqui é bairro dos "esqueci". A água está sem vazão, mas o poder público não nos ajuda. Somos os últimos a ser atendidos — explica José Carlos Vieira, o Vierinha, líder comunitário na região.
Morador da Hípica há 29 anos, João Francisco Pereira não teve que deixar sua residência dessa vez. Já talhado pelas enchentes dos últimos anos, aumentou os muros que separam o pátio e a estrutura da casa e levantou o piso em 25cm, o que impede a água de entrar na residência.
— Em 2008, foi a maior enchente que peguei aqui. Perdi muita coisa. Já perdi três roupeiros. Levantei 25cm o piso. Se eu não tivesse, dessa vez teria entrado. Uma draga não limpa o valo aqui desde 2005. Isso acaba prejudicando e fazendo acumular mais água nas ruas.
Pouco antes, ainda na Juca Batista com a Gedeon Leite, a Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC) bloqueava o cruzamento, impedindo o acesso de carros. Próximo à Rua Santa Mônica, onde o acesso a pé era dificultado e o de carro impossível, caminhões do DMLU atuavam.
— De um ano e meio pra cá os alagamentos começaram nessa região. Uma construção acabou prejudicando o escoamento dessa área aqui. Isso nunca acontecia — Hiran Ramos, proprietário do estabelecimento na Avenida Juca Batista e morador do bairro há 50 anos.