A cidade de Porto Alegre ganhou, neste final de semana, mais 650 patinetes elétricas à sua frota. Agora, a Capital soma mais de 1 mil veículos do tipo em sistema de compartilhamento.
A novidade dessa remessa é a cor (e a empresa por trás dela): a JET, do Cazaquistão, que inaugura o serviço em Porto Alegre. A Capital já contava com duas operadoras autorizadas a explorar o compartilhamento de patinetes elétricas, sem estação física, por meio de aplicativo, a Whoosh e a Adventure.
Para esses 650 patinetes, foram distribuídas 120 estações digitais entre o Centro Histórico e os bairros Praia de Belas, Menino Deus e Cristal. Neste domingo (7), a reportagem de GZH encontrou alguns equipamentos na Redenção.
Viviane Dorneles, funcionária em uma metalúrgica, seu esposo Claiton e sua filha Anita eram algumas das pessoas que faziam voltas em torno da novidade.
— É a curiosidade. A gente vê que está espalhado por todos os lugares. Como hoje está muito calmo, aproveitamos o dia para aprender a usar — explica Viviane.
Na avaliação do secretário municipal de Mobilidade Urbana, Adão de Castro Júnior, a novidade vem para "qualificar ainda mais" a mobilidade urbana na Capital:
— A chegada de mais uma operação de patinetes compartilhadas reforça a micromobilidade como uma complementação para o sistema de transporte da cidade.
Como andar no patinete elétrico
Para andar na patinete elétrica da JET é preciso primeiro baixar o aplicativo no celular, pela App Store (iOS) ou pelo Google Play (Android), e adicionar um cartão para pagamento. Depois, com o app aberto, é só apontar a tela do celular para o QR Code da patinete. Também é possível digitar o código embaixo do QR Code, caso haja erro na leitura.
Assim que o QR Code é lido, a patinete liga e, do lado esquerdo, aparecerá a velocidade. Vale lembrar que a operação segue as normas estabelecidas pelo Conselho Nacional de Trânsito (Contran), que permite a circulação com velocidade de até 20 km/h em ciclovias, ciclofaixas e ciclorrotas, e de até 6 km/h em áreas de circulação de pedestres. Na orla do Guaíba, ficou acordado com a prefeitura que o limite será de 10 km/h.
O último passo antes de começar a andar é destravar o pé de apoio, que fica localizado embaixo da patinete. Para colocá-la em movimento, então, é preciso dar um primeiro impulso com a perna e acionar a alavanca da velocidade, onde está escrito GO, localizado no guidão direito.
Para encerrar o passeio, é preciso deixar a patinete com a velocidade zerada. Depois, clicar em "concluir o passeio" no aplicativo, fotografar onde estacionou e enviar à JET.
O transporte custa R$ 1,90 mais R$ 0,79 por minuto andado e R$ 1,90 de seguro. Pelo aplicativo, há um plano mensal de R$ 9,99.
Mau uso em Santos (SP) e suspensão
Em fevereiro deste ano, a empresa de patinetes elétricas começou a repassar multa a clientes em Santos (SP). Na época, estava sendo aplicado R$ 150, por meio da Companhia de Engenharia de Tráfego de Santos (CET-Santos), aos usuários que descumpriam regras de trânsito. De acordo com a JET, mais de 240 patinetes elétricas foram apreendidas em fevereiro em operações conjuntas da Guarda Municipal Civil e CET-Santos. Em janeiro, uma mulher chegou a quebrar o fêmur ao ser atropelada por uma das patinetes.
Os principais casos de descumprimento de regras de trânsito são:
- Velocidade acima de 6km/h em áreas de circulação de pedestres e acima de 20 km/h em ciclovias
- Transporte de passageiros, cargas e animais
- Estacionamento em área indevida
Um mês depois, em março, a JET anunciou a suspensão temporária das atividades na cidade do litoral paulista. A decisão ocorreu após a prefeitura indeferir o alvará para a atividade da empresa. Segundo a JET, o poder público negou o documento para empresas que alugam patinetes na cidade sob a justificativa de que o município nunca regulamentou o serviço.