Um mês depois do anunciado e uma semana depois das bicicletas elétricas, 450 patinetes elétricas começam a circular nesta sexta-feira (27) em Porto Alegre. Os veículos são da empresa portuguesa Whoosh. O aluguel delas é feito pelo aplicativo de mesmo nome, com pagamento exclusivo em cartão de crédito. Diferentemente do previsto em setembro, a operação vai começar entre o Centro Histórico e a Orla do Guaíba, sem o Bom Fim nem a Cidade Baixa no mapa de estações virtuais.
O lançamento foi feito no Terminal Parobé, onde dezenas de linhas de ônibus têm o ponto final e inicial de suas viagens. A prefeitura participou, afirmando que considera as patinetes um complemento dos deslocamentos feitos por cidadãos no transporte público. Segundo o secretário Municipal de Mobilidade Urbana, Adão Castro, é difícil para a população deslocar-se pela região de ônibus ou até mesmo de carro. Assim, o compartilhamento de bicicletas e patinetes de empresas que alugam por aplicativo surge como alternativa:
— Identificamos que as bicicletas compartilhadas tem pico de utilização em horário de chegada e saída do trabalho, principalmente na região central. As patinetes foram utilizadas (entre 2019 e 2020) muito para o lazer, mas acreditamos que agora elas vão se consolidar como uso de necessidade, para trabalho e escola, além do lazer aos finais de semana — analisou Castro.
No entanto, ainda não há a possibilidade de vincular o pagamento ou uso das patinetes com o Cartão Tri, como já aconteceu com o Bike Itaú, nem modalidades de desconto ou isenção para idosos e estudantes, como previsto na legislação que rege o transporte público da Capital.
Como são as patinetes?
Os veículos são mais robustos e modernos do que os da Grin que passaram pela Capital entre 2019 e 2020. Elas funcionam a bateria, com nível demonstrado no mesmo visor que mostra a velocidade. Atrás da roda traseira um pezinho retrátil funciona para estacioná-la em pé. Há luzes traseira e frontal, além de sineta. Cada patinete tem três níveis de desempenho com limites de velocidade diferentes: 6 quilômetros por hora, para iniciantes, 15 quilômetros por hora, para usuários acostumados aos veículos, e o desempenho esportivo, alcançando os 25 quilômetros por hora – a velocidade não ultrapassa os 25 km/h nem mesmo em lombas, pois o motor faz força contrária para impedir isso. Não é permitido a menores de idade o uso do patinete, nem dividir o veículo com outra pessoa.
Comandos no guidão
Os freios da roda traseira e da dianteira são independentes, assim como nas bicicletas, com acionamento por duas alavancas em frente ao guidão. A aceleração é feita através de uma pequena aba do lado direito. Há suporte para fixar o celular com carregamento por aproximação no centro da estrutura. O sistema de retirada é semelhante ao das bicicletas do Itaú: escaneamento do quadrado que funciona como código de barras no centro do guidão com a câmera aberta no aplicativo do celular.
Quanto custa um passeio de patinete?
A retirada custa R$ 2 e cada minuto, mais R$ 0,90. Assim, para que as expectativas da prefeitura se confirmem, cada usuário que quiser utilizar a patinete como um complemento do deslocamento feito de ônibus no Centro deve gastar pelo menos R$ 2,90 para andar por um minuto depois de descer do coletivo e encontrar a patinete para ir até o trabalho.
Onde encontrar e onde deixar a patinete?
Diferentemente das bicicletas compartilhadas, não há estação física para receber as patinetes. Os locais são estabelecidos por GPS. O mapa em tempo real dos veículos é mostrado na tela inicial do aplicativo de celular que estiver conectado à internet e com o serviço de localização ativo nas configurações. Nele é possível identificar os locais com possibilidade para devolver ou retirar as patinetes.
Em SC, usuários do aplicativo foram banidos por condução irregular das patinetes
Assim como um carro, uma bicicleta, skate, patins ou qualquer outro meio de locomoção com ou sem motor, é preciso de bom senso e responsabilidade na hora de conduzir e estacionar uma patinete. O CEO da empresa Francisco Forbes alerta que o perímetro delimitado pelo aplicativo permite que os veículos sejam abandonados em locais irregulares, logo, é preciso que o usuário entenda o risco que cria ao deixar o veículo em um espaço onde outros veículos ou pedestres de diferentes velocidades e capacidades de locomoção passam.
— Tudo parte da conscientização do usuário respeitar o pedestre, as leis de trânsito e a própria vida — ressalta, mencionando o exemplo de Florianópolis, onde dezenas de usuários foram bloqueados da plataforma em blitz feitas pela polícia local nos últimos meses por conduzir a patinete de maneira irregular.
O aplicativo fornece, antes de autorizar o cadastro de um novo usuário, um guia rápido e uma série de questões, em formato de “prova de auto-escola” para ensinar quais as regras de segurança e convivência saudável da patinete com os demais veículos, pessoas e espaços da cidade.
— Pedimos o CPF em cada cadastro para poder responsabilizar quem eventualmente causar danos ao patrimônio ou a outras pessoas com a patinete — detalha o gestor.
Forbes afirma que haverá uma equipe monitorando todos os veículos em tempo real de forma remota. Tal equipe também será responsável por realizar a troca das baterias removíveis que estão perto de ficar sem carga por outras completas. Tanto a EPTC quanto a empresa podem remover as patinetes que forem encontradas em locais irregulares.