Desde 6 de setembro, uma série de transformações tem sido percebida por quem costuma circular pela Avenida Ipiranga, em Porto Alegre. Com a ciclovia interditada, os impactos acabam envolvendo todo um sistema: a começar pelos pedestres, passando pelos próprios ciclistas e alcançando, inclusive, os condutores de automóveis.
De olho nisso, a equipe de GZH decidiu registrar as principais dificuldades enfrentadas por quem anda de bicicleta pela via. Com uma câmera junto ao repórter, foi possível captar os percalços em aproximadamente 14 quilômetros da avenida — sendo sete quilômetros no sentido Centro-bairro e outros sete no sentido oposto.
Apesar de a ciclovia ter pouco mais de nove quilômetros de extensão, a pedalada abrangeu a área atendida pelo sistema de aluguel de bicicletas — utilizado pela equipe.
Os desafios percebidos ao longo do caminho são confirmados por ciclistas que utilizam a avenida diariamente. O estudante Jonas Costa, 29 anos, teme pela insegurança em utilizar a calçada, mas reconhece ser melhor opção do que andar pela faixa dos automóveis.
— Eu não posso andar na via, porque os carros buzinam, xingam. E andar na calçada é complicado também por causa dos pedestres. E como tá fechado a ciclovia ali já há bastante tempo, e eles não abrem, fica complicado né? Eu faço esse trajeto há bastante tempo e estou esperando que a situação mude — afirma.
A interdição da ciclovia se deve ao desmoronamento de taludes do Arroio Dilúvio. Até o momento, a prefeitura de Porto Alegre não possui um diagnóstico oficial sobre o que causou a queda das encostas e depende de um estudo técnico para chegar a alguma conclusão. O trabalho envolve decidir, também, se haverá necessidade restaurar os taludes afetados fazendo uso de um modelo construtivo diferente atual.
Segundo a Secretaria Municipal de Mobilidade Urbana, vistorias estão sendo realizadas com o objetivo de avaliar a liberação de alguns trechos da ciclovia até o final do ano.