A interdição de um trecho da ciclovia localizada na Avenida Ipiranga, no bairro Santana, em Porto Alegre, deve se estender por mais alguns meses. Há cerca de uma semana, a pista foi bloqueada após o desmoronamento de parte do talude (encosta) do Arroio Dilúvio.
O fato ocorreu durante a passagem de um ciclone extratropical pela Capital. Segundo a Defesa Civil municipal, o acumulado de chuva de 11 a 14 de julho chegou a 93,06 milímetros. O dado foi computado pela estação do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) mais próximo, no bairro Jardim Botânico, na Zona Leste.
Quem chega até o ponto bloqueado, nas proximidades do Planetário da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), no bairro Santana, acaba deparando com os cavaletes do Departamento Municipal de Água e Esgotos (Dmae) pelo caminho. Eles são utilizados para impedir a passagem dos ciclistas e direcioná-los para uma das faixas da avenida. O mesmo material faz a proteção ao longo do caminho estreito a ser percorrido na via, antes exclusiva dos condutores de automóveis.
Segundo a prefeitura, a estrutura foi danificada pela quantidade expressiva de chuva nas semanas anteriores, mas já vinha sofrendo com o impacto das raízes de árvores crescendo no local. No entanto, o diretor-geral do Dmae, Maurício Loss, atribuiu o desmoronamento principalmente à falta de manutenção.
— A sequência de muitos anos sem uma vigilância, sem um controle, associada à chuva forte foi desestabilizando aos poucos, até acontecer isso — disse Loss.
Questionado sobre o risco de novos desmoronamentos, o diretor não descarta a possibilidade. A preocupação é ainda maior quando se considera a grande circulação não só de ciclistas, mas também de veículos ao longo da Avenida Ipiranga.
— Existe para a ciclovia, mas, dependendo da situação, pode atingir até a pista de rolagem da avenida, que é bastante movimentada. Por isso, neste mesmo momento em que estão sendo realizados os reparos, a gente também tem feito algumas avaliações de geotecnia. Estamos estudando o solo para saber o que está ocorrendo a fim de agirmos preventivamente, evitando desmoronamentos em outros trechos — acrescenta o diretor.
Reparo
A empresa responsável pela manutenção no trecho é a Brasmac, que já vem realizando a recuperação de 70 metros de talude (50 metros de um lado do arroio e 20 do outro) próximo ao parque esportivo da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS). O contrato que será utilizado para reparo nas proximidades do Planetário da UFRGS é o mesmo em vigor para outras obras previstas e em andamento.
— A frente de trabalho na PUCRS deve durar até setembro, outubro, conforme as condições climáticas ajudarem.
A previsão é de que a intervenção, que envolve aproximadamente 40 metros, se estenda até o fim do ano. Além da recuperação do talude, o Dmae prevê a recomposição do trecho da ciclovia que foi danificado e a recolocação do guard-rail (proteção lateral) para as bicicletas. Somente com essas etapas concluídas é que a pista deverá ser liberada para os ciclistas.