Um painel realizado na tarde desta quinta-feira (21) no South Summit, em Porto Alegre, mostrou como formas inovadoras de investimento em mídia são capazes de impulsionar o crescimento de empresas e quais as melhores estratégias para potencializar esses resultados.
Uma das ferramentas à disposição de empreendedores e investidores atualmente é a chamada media for equity (algo como "mídia por participação na empresa"). Essa estratégia, em resumo, envolve a oferta de participação acionária em empresas que desejam expandir a divulgação de suas marcas em troca de espaços em diferentes canais de comunicação.
Isso permite, por exemplo, que uma empresa ou grupo de mídia invistam em uma companhia ou startup que necessita de maior visibilidade para ganhar tração sem necessariamente aportar recursos financeiros, utilizando seus espaços de mídia como moeda de troca. Da mesma forma, a vantagem para a startup também é evitar a necessidade de fazer um desembolso em dinheiro para impulsionar o marketing. Esse tema foi detalhado no encontro que teve mediação do sócio da Astella, Daniel Chalfon, e reuniu o sócio-fundador da RBS Ventures e membro do Conselho de Representantes da RBS, Maurício Sirotsky Neto, do CEO da ACE, Pedro Waengertner, e do CEO e fundador da 4Equity Media Ventures, Felipe Hatab.
Um dos principais tópicos abordados pelos participantes foi de que maneira potencializar os benefícios desse tipo de negociação. Maurício Sirotsky Neto sustentou que o modelo colocado em prática pela RBS Ventures (empresa ligada ao Grupo RBS e voltada à aceleração e ao investimento em outros empreendimentos, que também tem como sócio-fundador Fernando Tornaim) envolve duas etapas iniciais. A primeira é fazer uma análise geral da empresa que receberá o aporte de mídia e do mercado em que ela atua, para depois detalhar qual o principal desafio de comunicação a ser resolvido por meio da parceria.
— Quando entendemos essas questões, fazemos uma proposta de valor que será investido por meio de um plano de comunicação — afirmou Sirotsky Neto.
O sócio da RBS Ventures fez a ressalva de que não adianta lançar mão de um "inventário ocioso" de espaços de mídia para acelerar o desenvolvimento da empresa que se busca estimular, ou seja, de horários ou canais que estejam disponíveis, mas não sejam os mais indicados para a estratégia de comunicação.
— Se eu vou ser sócio daquela companhia, se eu quero ajudá-la a crescer, preciso disponibilizar os melhores produtos para a estratégia daquela empresa — complementou.
Felipe Hatab lembrou que o mercado de marketing mobiliza cerca de US$ 1 trilhão no mundo todo ao ano, e que cada dólar investido na forma de mídia vale o mesmo tanto - ou mais - em moeda corrente em razão de seus efeitos benéficos.
— O formato de media for equity não é exatamente um modelo de negócio. É um meio de pagamento. A dinâmica do mercado é de que toda startup contrata pagando em equity - avaliou Hatab.
Pedro Waengertner lembrou da importância do chamado venture capital, ou recursos para investimento em empresas emergentes, nesse cenário:
— É uma ferramenta para que empresas cheguem mais rapidamente do ponto A ao ponto B.
Solicitados a citar exemplos práticos de resultados alcançados por esse tipo de iniciativa, Maurício Sirotsky Neto citou o caso do aporte feito pela RBS Ventures na rede de cuidados em saúde Salute – que recebeu R$ 10 milhões em uma combinação de media for equity e investimento direto. A empresa testemunhou um acréscimo de mais de 30% nos acessos ao site e um crescimento superior a 20% na base de clientes.