Não que faltem motivos para querer estar em um dos maiores eventos de inovação da América Latina, mas algumas empresas e entidades vão além e, mais do que enviar uma comitiva a fim de se informar sobre as principais tendências, lançam mão de estandes e eventos paralelos para enriquecer a programação. Conheça a história de três participantes que fazem questão de voltar anualmente, ampliando a rede de conexões e se preparando com antecedência para extrair o melhor do South Summit Brazil.
Estande duplicado
Focada em inteligência artificial, dados, cloud e segurança, a Processor tem sido parceira desde a primeira edição, quando percebeu que o evento geraria muito valor para o contexto do mercado digital do Estado. Graças a conexões e trocas feitas durante os três dias, a empresa gostou tanto da experiência que nesta edição conta com um estande maior do que no ano passado.
— Há uma disponibilidade das pessoas durante aquele período, quando se acaba conectando e comunicando o que não é possível fazer no dia a dia. É muito interessante porque você está ali, caminhando, circulando, visitando estandes, essa coisa toda é muito rica. Em uma realidade de mundo muito digital, trocar com as pessoas, viver, saber como elas estão faz muita diferença — avalia o fundador da Processor, César Leite.
Para completar, ele lembra do conteúdo. A quantidade de coisas que se tem para ver, ouvir e aprender é mais um atrativo crucial na decisão da empresa. Leite é palestrante, repetindo a dose este ano, e destaca a pluralidade de informações trazidas pela organização do evento. A troca de ideias com pessoas dessas diferentes áreas é outro fator que ele ressalta.
Por tudo isso, a empresa não só volta, como apresenta um rol de atrações maior do que em 2023. Os visitantes poderão acompanhar palestras e demonstrações de soluções desenvolvidas pela empresa.
— Também temos uma programação para receber os clientes e trazer coisas que sejam novidade. Gostamos de dizer que temos inovação pulsando nas veias. Tem muito a ver conosco — define o fundador da empresa.
Preparação
Criada em 2015, a PixForce nasceu para fazer imagens a partir de drones, emprestando tecnologia para as mais diferentes áreas. No começo, havia algum grau de processamento desses registros, mas nada perto do que eles descobririam dois anos mais tarde: a vocação para trabalhar com inteligência artificial.
Ciente de que havia eventos de tecnologia e inovação ao redor do mundo, por meio de pesquisas, a equipe da PixForce ainda não tinha participado de nenhum deles até a chegada do South Summit Brazil. Logo na primeira edição, concorreram com outras startups e levaram o reconhecimento como a mais disruptiva e inovadora. A empresa também é comumente vista nos rankings das principais startups brasileiras, já sendo considerada uma “scale up”, ou seja, venceu a etapa de desenvolvimento e, agora, busca ganhar uma fatia maior de mercado.
— A expectativa, nesta edição, é muito grande. É a oportunidade de fazer muitas conexões, das quais já tivemos êxito por estarmos no evento. Quando digo êxito, é porque temos uma conexão ali mesmo, que vai se consolidar depois de uma prova de conceito — projeta o gerente financeiro da PixForce, Zenir da Costa Junior.
Ele conta que os contratos não costumam ser fechados na hora justamente por se tratar de algo muito novo. Após esse primeiro contato, a empresa apresenta melhor o trabalho e os resultados que podem ser alcançados, então sai o negócio. A equipe consegue demonstrar cerca de 10% do potencial dos serviços nessa primeira conversa, que acontece durante o evento, para depois apresentar a totalidade dos ganhos possíveis e, então, selar o acordo.
O conteúdo é outro ponto que chama atenção da equipe. Zenir considera os três dias de imersão um legítimo brainstorm, com ideias surgindo o tempo todo. Por isso, fazem questão de levar um grupo de executivos e colaboradores para acompanhar os debates e, ao fim do evento, promovem uma reunião para reunir informações e contatos.
— No primeiro ano tivemos o impacto do prêmio, mas, mesmo assim, vimos que é um evento que, além de ser internacional, acaba sendo o maior. É uma Copa do Mundo — compara.
Para aproveitar tudo que o evento tem a oferecer, a empresa criou uma metodologia em que, cerca de seis ou até oito meses antes, já vai organizando e preparando contatos para que fique mais fácil encontrá-los durante o South Summit Brazil. Uma espécie de pré-agendamento.
Acelerados
Cravando os olhos no horizonte, o Banrisul aliou a necessidade de mergulhar no digital com a responsabilidade pelo fomento da economia gaúcha para criar o BanriTech, uma iniciativa que tem como objetivo promover ciclos de aceleração de startups. A ideia surgiu em 2019, para rodar no ano seguinte — mas foi atravessada pela pandemia. O programa foi adaptado e se tornou híbrido, para torná-lo de nível nacional.
— Foi o pontapé inicial dessa inserção do Banrisul no ecossistema de inovação, especialmente no Rio Grande do Sul — analisa o Head de Inovação do Banrisul, Fabrício Gomes.
Neste contexto, tornar-se parceiro do South Summit Brazil foi um caminho natural. Afinal, a instituição acaba assumindo duas hélices na composição de projetos de inovação: é uma empresa e também integra o governo, enquanto banco público. Fabrício lembra que, no primeiro ano, a equipe chegou sem ter muita ideia sobre como explorar os benefícios que o evento pode trazer.
— No segundo ano, chegamos com uma visão totalmente diferente. Já sabíamos como nos beneficiar, o que queríamos como marca. No primeiro ano, as pessoas chegavam para conhecer. Em 2023, vinham perguntando como fazer parte de tudo isso, queriam se conectar com a gente, sabiam do trabalho que estava sendo feito — recorda.
Os advisors (funcionários de carreira do banco) do BanriTech estão entre os participantes do South Summit Brazil para ampliar esses horizontes e visitarem startups.
— Acabamos descobrindo problemas que nem sabíamos que existiam. Muitos painéis trazem essa ampliação de visão para algumas temáticas — comenta.
Na edição 2024, a exemplo dos dois eventos anteriores, startups aceleradas pelo BanriTech estão entre as 50 finalistas da Startup Competition. Além disso, o espaço exclusivo conta com painéis sobre temas como empreendedorismo, soluções inteligentes em investimento e captação de recursos.