Após passar por uma reforma de R$ 675 milhões, a fábrica da Coca-Cola Femsa em Porto Alegre voltou a funcionar com sua capacidade total (120 milhões de caixas de bebidas ao ano). O complexo, que ficou inundado por 30 dias durante a tragédia climática que atingiu o Rio Grande do Sul há um ano, está mais moderno e mais preparado no caso de novas enchentes.
Agora, equipamentos e uma subestação de energia foram erguidos para ficarem protegidos. Também é estudada a construção de muros e diques.
O complexo fabril de Porto Alegre conta com seis linhas de produção, que fazem 102 tipos de produtos, entre garrafas pet, retornáveis e latas. O centro de distribuição também foi atingido na cheia e já foi reaberto. Parte da frota de caminhões é nova, pois muitos veículos foram perdidos na cheia.
Na fábrica trabalham 300 funcionários; 650 no centro de distribuição e mais de cem no administrativo.
A reabertura total do complexo foi anunciada em um evento nesta sexta-feira (9) no prédio administrativo da Femsa em Porto Alegre. Participaram do encontro empresários e políticos, entre eles, o presidente da República em exercício, Geraldo Alckmin, o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, e o prefeito de Porto Alegre, Sebastião Melo.
Perdas na enchente
De acordo com o diretor de Manufatura da Coca-Cola Femsa Brasil, Vinicius Micai, 80% do maquinário da fábrica foi perdido na enchente. Na ocasião, a água agua atingiu 3 metros de altura no complexo. Apenas a carcaça de alguns equipamentos foi reaproveitada — demais componentes foram comprados de empresas brasileiras ou importados de fora do país.
— Foi um período angustiante. Conseguimos entrar na fábrica somente em junho, quando começamos o processo de limpeza. Contamos com a colaboração de todos os nossos funcionários. O pessoal entrou junto para trabalhar, não importava o cargo, a posição. Ali começou todo o processo de reconstrução — conta Micai.
Em novembro do ano passado, o complexo voltou a operar parcialmente. Na ocasião, a colunista Giane Guerra adiantou que a linha de Coca-Cola 2 litros voltaria a ser produzida e, na sequência, seriam fabricados no local também os refrigerantes Fanta, Sprite e Charrua. Durante a enchente, bebidas da Coca-Cola eram trazidas ao RS das fábricas de Santa Maria (RS), de Santa Catarina e do Uruguai.

Mais investimentos
A Femsa também anunciou mais R$ 200 milhões de investimentos no Rio Grande do Sul para os próximos cinco anos. O valor será usado para ampliar as fábricas de Porto Alegre e de Santa Maria e também os centros de distribuição em Farroupilha, Pelotas, Santo Ângelo, Passo Fundo e Vera Cruz.
— Tem várias possibilidades desses investimento relacionados ao Rio Grande do Sul, mas ainda está em estudo — diz o diretor de Manufatura da Coca-Cola Femsa Brasil.

Terceiro maior da Femsa no Brasil, o complexo tem 90 mil metros quadrados de prédios. Apenas o da administração não foi alagado, por ficar em parte alta do terreno. Foi um dos últimos feitos da Vonpar antes de a unidade ser comprada pela Femsa em 2016.