O retorno da energia elétrica foi motivo de celebração na Rua Dr. Campos Velho, no bairro Cristal, zona sul de Porto Alegre. A reportagem de GZH mostrou o momento em que se ouvem gritos e buzinas com o retorno da luz no local.
Oito protestos foram registrados durante o domingo, em Porto Alegre, em razão da falta de luz causada pelo temporal de terça (16). Mais de cem manifestações foram registradas pela Brigada Militar, segundo o coronel Luciano Moritz, comandante do Comando de Policiamento da Capital (CPC). Durante a noite, moradores do Condomínio Jardim Medianeira protestavam pela falta de energia elétrica no local — há seis dias não há luz em alguns pontos.
A autônoma Débora Pires, 40 anos, relata que não viu equipes da CEEE Equatorial trabalhando na região desde a tempestade de terça — depois da entrevista, a equipe de reportagem mostrou pessoas trabalhando em áreas próximas. Ela conta que moradores perderam muita comida e que o cenário é de "caos".
— O pessoal está desesperado. Está esse caos, todo mundo sem luz, perdendo tudo que tem dentro da geladeira. Não se vê um carro da CEEE Equatorial trabalhando na volta. A água só voltou ontem (sábado). Tem uma senhora de 93 anos que precisa de oxigênio. É um descaso — pontua.
Na Zona Sul de Porto Alegre, na rua Clemente Pinto, no bairro Medianeira, 30 pessoas bloquearam a via com galhos de árvores e pedaços de madeira, reivindicando a falta de luz e água na região. No bairro Restinga, manifestantes devem iniciar durante a noite deste domingo um sexto bloqueio devido a falta de energia. Segundo a Brigada Militar, duas guarnições estão no local, que fica na avenida João Antônio da Silveira, próximo a um supermercado. Vinte pessoas estão na região.
Na mesma região, na avenida Moab Caldas, no bairro Santa Tereza, moradores atearam fogo em objetos e bloquearam a via devido à falta de luz. Parte do trecho foi desobstruído, após a ida de uma equipe da CEEE Equatorial ao local.
Duas manifestações foram registradas pelo Comando do Policiamento da Capital na Zona Norte de Porto Alegre durante a tarde. Na Travessa Gomes de Carvalho, no Passo das Pedras, foi desobstruído um bloqueio em ambos os sentidos por volta das 18h. Em outro ponto da região, no bairro Santa Fé, 15 pessoas bloquearam os dois sentidos da Avenida Tellino Chagas Telles com galhos de árvores. Na Zona Leste da cidade, no bairro Partenon, moradores bloquearam um trecho da Avenida Ipiranga, por volta das 16h30, com objetos.
Seis dias após a tempestade registrada na última terça-feira (16), ainda há mais de 45 mil pontos sem energia elétrica no Rio Grande do Sul. Conforme a atualização deste domingo (21), a concessionária RGE informa 19 mil clientes sem luz. Já a CEEE Equatorial afirma que 26 mil pontos ainda não foram restaurados.
O que diz a CEEE Equatorial
A CEEE Equatorial está em fase final de restabelecimento da energia elétrica em Porto Alegre, afirmou o presidente da companhia, Riberto Barbanera, em coletiva de imprensa na tarde deste domingo (21). A previsão é de que o fornecimento volte para praticamente todos os locais até a manhã desta segunda-feira (22).
A empresa está finalizando o religamento em blocos de carga regionais e, posteriormente, vai trabalhar individualmente nas cerca de 1.500 unidades pontuais que notificaram a falta de luz.
— Temos uma expectativa de amanhecer na segunda-feira já com praticamente toda essa crise debelada — disse Barbanera.
Como solicitar ressarcimentos de prejuízos causados pela falta de energia?
Pessoas que tiveram prejuízos decorrentes da falta de luz, como eletrodomésticos danificados e alimentos estragados na geladeira, podem entrar em contato com a CEEE Equatorial para solicitar ressarcimento. Segundo Barbanera, a empresa aumentou o número de pessoas trabalhando na equipe que atende esses casos para dar mais agilidade ao processo neste momento de contingência.
— Estamos orientando os clientes a entrarem com o pedido do que eles perderam e essa análise é feita caso a caso aqui — explica o presidente da CEEE.
Como entrar em contato com a CEEE Equatorial?
- Pelos telefones: 0800-721-2333 e (51) 3382-5500
- Por SMS: 27307
*Com informações de Bruna Viesseri e Camila Pessoa