Quase metade das 134 unidades de saúde de Porto Alegre está sem energia elétrica nesta quinta-feira (18). São 62 unidades desabastecidas. Mesmo assim, elas seguem funcionando, segundo a prefeitura. Oitenta e quatro unidades atendem com algum tipo de restrição, incluídos, além da falta de luz, o desabastecimento de água e a ausência de sinal de internet.
Conforme a Secretaria Municipal de Saúde, duas unidades chegaram a ficar fechadas. A Clínica da Família Diretor Pestana, no Humaitá, cujo teto foi totalmente destelhado e que sofreu com alagamentos e problema na rede elétrica segue sem atendimentos. A Unidade de Saúde do Sarandi, que também ficou alagada. já foi reaberta.
Entre os serviços especializados — como farmácias distritais e centros de Atenção Psicossocial (Caps) —, são 40 abertos com restrição, sendo 30 sem energia elétrica, 14 sem água e 26 sem internet (alguns são afetados simultaneamente por mais de um dos problemas).
A região Cruzeiro é a que mais enfrenta problemas na Capital. O Pronto Atendimento Cruzeiro do Sul segue sem energia elétrica e está com restrição total para novos pacientes por causa de uma pane no gerador, que sofreu com sobrecarga. Regiões mais ao sul, como Restinga e Lomba do Pinheiro, são as menos afetadas da cidade, de acordo com a administração municipal.
Segundo a diretora geral da Secretaria de Saúde de Porto Alegre, Fernanda Fernandes, em entrevista ao Timeline, da Rádio Gaúcha, a luz retornou na manhã desta quinta-feira (18) ao Hospital de Pronto Socorro, que funciona normalmente. Na quarta-feira (17), a unidade hospitalar ficou sem energia, já que uma árvore interrompeu a alimentadora.
— Estamos monitorando toda a situação dos hospitais e serviços de pronto atendimento, então ainda temos serviços sem água e energia, como o Hospital Vila Nova — explica a diretora.
— O que acarreta mais problemas é realmente a (falta de) água, mas o Dmae tem providenciado o abastecimento com os caminhões-pipa em tempo oportuno, para não deixar parar o funcionamento. E isso vai continuar acontecendo até conseguirmos restabelecer a energia na cidade — completou.
Medicamentos refrigerados
Outra preocupação é com vacinas e remédios que precisam de refrigeração. A secretaria está remanejando esses itens.
— Já fizemos todos os remanejamentos necessários desde ontem. Tem todo um protocolo estabelecido e seguro para isso — disse Fernanda Fernandes.
A diretora da secretaria da Saúde pede que a população tome cuidado com os medicamentos em casa que possam precisar de refrigeração, em caso de falta de energia. Ela destaca que a insulina, por exemplo, pode ser mantida em uma temperatura ambiente até os 30ºC e pode ser utilizada em até seis meses, de acordo com nota técnica do Ministério da Saúde.
— O que orientamos é que as pessoas não coloquem os medicamentos no gelo ou uma caixa de isopor, não devem fazer isso, pois ele não pode ser congelado, compromete a eficácia. A orientação é que as pessoas levem para casas de parentes (que tenham energia) ou consultem o seu médico — explicou.