Uma manifestação neste sábado (25) em frente ao Monumento ao Expedicionário, no Parque da Redenção, destaca do Dia Internacional de Luta pelo Fim da Violência contra a Mulher, estabelecido pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 1999. Na obra, pares de sapatos foram dispostos no chão, simbolizando as vidas de mulheres perdidas para o feminicídio.
A intervenção artística é idealizada pela jornalista Telia Negrão, de 69 anos, com o propósito de conscientizar sobre a campanha nacional "Levante Feminista contra o Femicídio". Esta iniciativa visa denunciar as alarmantes estatísticas de mortes de mulheres no Brasil, destacando a urgência de ações para combater e prevenir esse tipo de violência.
— Cada par de sapatos aqui simboliza uma mulher que partiu, vítima do machismo. Por trás desses calçados, há vidas de mulheres que deixaram para trás filhos, histórias e sonhos — afirma a jornalista.
No Rio Grande do Sul, a violência contra a mulher seguiu trajetória ascendente em 2022. Ao menos 106 vítimas foram assassinadas por questões de gênero, segundo o mapa dos feminicídios, elaborado pela Polícia Civil. Em 2021, haviam sido 96 mortes. O aumento foi de 10,4%.
— Elas se foram, mas permanecemos aqui, perseverando na luta por essas vidas — completa Telia.
O mapa evidencia que, no ano passado, 80,2% das mulheres vítimas de feminicídio não contavam com qualquer medida protetiva, sendo que metade delas nem mesmo havia registrado um boletim de ocorrência anterior ao crime.
Onde pedir ajuda
Brigada Militar
- Telefone — 190
- Horário — 24 horas
- Serviço — atende emergências envolvendo violência doméstica em todos os municípios. Para as vítimas que já possuem medida protetiva, há a Patrulha Maria da Penha da BM, que fiscaliza o cumprimento. Patrulheiros fazem visitas periódicas à mulher e mantêm contato por telefone
Polícia Civil
- Endereço — Delegacia da Mulher de Porto Alegre (Rua Professor Freitas e Castro, junto ao Palácio da Polícia), bairro Azenha. As ocorrências também podem ser registradas em outras delegacias. Há 23 DPs especializadas no Estado
- Telefone — (51) 3288-2173 ou 3288-2327 ou 3288-2172 ou 197 (emergências)
- Horário — 24 horas
- Serviço — registra ocorrências envolvendo violência contra mulheres, investiga os casos, pode solicitar a prisão do agressor, solicita medida protetiva para a vítima e encaminha para a rede de atendimento (abrigamentos, centros de referência, perícias, Defensoria Pública, entre outros serviços)
Produção: Leonardo Martins