A chuva registrada na manhã desta quarta-feira (4) não alterou significativamente o cenário das enchentes na Região Metropolitana. Os rios e arroios que banham os municípios atingidos seguem em declínio. Entretanto, centenas de pessoas permanecem fora de casa.
GZH circulou por três cidades que seguem atingidas. Em Alvorada, a instabilidade chegou a causar um leve aumento do nível da água em alguns pontos no bairro Americana. No entanto, ao longo da manhã, o volume do Arroio Feijó baixou. Moradores relatam que a água vem recuando desde a semana passada. Porém, em ruas como Itararé e Marquês do Pombal, ainda há residências alagadas.
Segundo a prefeitura, 214 pessoas seguem em casas de parentes e amigos. Outras 11 estão abrigadas no Centro de Referência de Assistência Social (Cras) Cedro. Além disso, 172 casas estão com a energia interrompida. O problema persiste há mais de três semanas. A rede foi desligada nesses pontos, segundo a CEEE Equatorial, por razões de segurança.
Porto Alegre
Em Porto Alegre, a região das ilhas, de maneira geral, também apresenta redução dos alagamentos. Na Ilha da Pintada, no entanto, algumas vias seguem com grande acúmulo de água, como na Avenida Nossa Senhora da Boa Viagem. Na igreja de mesmo nome, 106 pessoas estão instaladas. Outras 69 se encontram no ginásio do Demhab, bairro Santana, totalizando 175 desabrigados na Capital.
Desde a terça-feira (3) o nível do Guaíba está abaixo da cota de alerta para inundações (2m50cm). No início da manhã desta quarta, o índice apontava 2m45cm. A medição na Ilha da Pintada ainda não foi realizada nas últimas 24 horas.
Eldorado do Sul
O município de Eldorado do Sul registrou uma queda de pessoas fora de casa no último dia. A quantidade de moradores em abrigos passou de 138 na terça-feira para 43. São 17 pessoas no ginásio Eliseu Quinhones e 26 no ginásio Loteamento. Setecentos moradores seguem desalojados. No bairro Cidade Verde, muitas ruas secaram nos últimos dias. Com isso, moradores que tiveram que deixar seus lares já se restabeleceram, e trabalham com a limpeza após as inundações. Yolanda Ana Bojarski., 62 anos, voltou a dormir onde vive há 40 anos, depois de oito dias.
— É uma alegria, porque se tratar da casa da gente. Nós estamos tentando nos reerguer. Eu estou com a minha filha aqui dentro de casa, minha neta, porque a casa dela não dá pra entrar ainda — diz.
Outros municípios ainda registram pessoas desabrigadas. Em Gravataí, o rio de mesmo nome apresenta leve declínio, mas 11 moradores estão em um abrigo da cidade. Já em Guaíba, são 21 nesta situação. Canoas tem ao menos 255 famílias afetadas na praia de Paquetá e no bairro Mato Grande. A prefeitura não divulgou se há população desabrigada.