O auditório do Sindicato dos Municipários de Porto Alegre (Simpa) sediou, nesta quarta-feira (18), um ato em defesa da paz na Faixa de Gaza. Intitulada "Ato pela paz! Dar voz à Palestina", a manifestação foi promovida pela Federação Árabe Palestina do Brasil (Fepal) com apoio de movimentos sociais e partidos de esquerda da Capital. O evento se iniciou às 19h no interior do sindicato, que estava lotado. Pessoas precisaram esperar do lado de fora.
— O povo da Palestina vive um processo de extermínio. Um processo de limpeza étnica continuada que nunca aconteceu na história humana, em que uma demografia originária inteira precisa ser faxinada etnicamente para que o outro grupo humano, importado, estrangeiro, que jamais teve qualquer vínculo com aquela terra, constitua, do nada, um novo Estado-Nação. Se este modelo triunfar, nos perguntamos: onde mais ele vai acontecer? _ disse Ualid Rabah, presidente da Fepal.
Uma das organizadoras do evento, a deputada estadual Laura Sito (PT), destacou que o conflito entre Israel e palestinos já ocorre há mais de sete décadas e comentou sobre as dificuldades enfrentadas pela população:
— A prova mais concreta é a construção do muro de 760km, que transformou este território em um grande campo de concentração e na maior prisão a céu aberto do mundo. Viver nessas condições é inaceitável, por isso queremos a paz e uma Palestina livre.
A mobilização contou com a participação do ex-governador Olívio Dutra.
— A causa palestina é a nossa causa. A luta do povo palestino nesse momento por paz, e não pela paz tumular, sobre cadáveres, é a nossa luta, uma paz que tem de significar o respeito pelo Estado Palestino. Porque nós também defendemos o Estado de Israel. Nós estivemos na assembleia que criou esses dois países com clareza de que eles tinham de ter autonomia, independência, soberania e que não poderia um se sobrepor ao outro — disse Olívio.
Às 20h, os manifestantes deixaram o sindicato e deram início a uma caminhada pela Cidade Baixa. A EPTC e a Brigada Militar acompanharam a atividade e efetuaram o bloqueio das vias percorridas. Acompanhados de um carro de som, os manifestantes caminharam pela Avenida Loureiro da Silva até ingressarem na José do Patrocínio. Na sequência, dobraram à esquerda na Rua da República e seguiram até a Lima e Silva, onde novamente entraram à esquerda. Depois, o grupo chegou à Loureiro da Silva novamente, por onde seguiu de volta à frente do Simpa. O trânsito teve bloqueios pontuais. Os gritos de ordem e a movimentação chamaram a atenção de moradores e comerciantes.