Vestidas de branco e azul, um grupo de pessoas se reuniu neste domingo (15) em Porto Alegre para manifestar apoio a Israel e demonstrar indignação pelos ataques promovidos pelo grupo terrorista Hamas. O encontro intitulado “Com Israel Contra o Terror” foi realizado pela Federação Israelita do Rio Grande do Sul (FIRS) na praça Doutor Maurício Cardoso, no bairro Moinhos de Vento.
O início do evento estava marcado para 17h, mas a concentração de pessoas no local começou cerca de uma hora antes. Crianças, jovens, adultos e idosos participaram do ato, que foi programado pela federação na última quinta-feira (12), por meio das redes sociais.
Além de roupas nas cores de Israel, muitos participantes levaram bandeiras do país - o item também foi distribuído pela organização do evento, bem como cartazes das crianças desaparecidas durante a guerra.
De acordo com o presidente da federação, Márcio Chachamovich, o objetivo do evento era demonstrar indignação pelos ataques do grupo terrorista, que “não representa o povo palestino e cometeu assassinatos”.
— Só naquela festa rave, 250 jovens foram assassinados a sangue frio. Depois, mulheres e crianças foram decapitadas por pura maldade. Eles (Hamas) entraram em Israel, um país democrático, para matar a população civil. Isso não é aceitável e, com base nisso, nós aqui dentro de Porto Alegre resolvemos fazer um ato contra o terror, a favor de Israel — destacou.
Chachamovich acrescentou a insatisfação com aqueles que “relativizam e justificam aquele ato (o ataque do Hamas) como sendo um ato de oposição”:
— Aquilo foi um ato terrorista, não há como descontextualizar isso. Não podemos aceitar que formadores de opinião procurem justificar o que houve. Não há o que ser condicionado, terrorismo é terrorismo, não é uma representação política. A ferramenta política para discutir qualquer coisa é sentar à mesa. Enquanto o Hamas ou qualquer outro grupo terrorista não abandonar as armas, nós nunca chegaremos à paz.
O ato iniciou pouco depois das 17h, com a fala do presidente da FIRS. Em seguida, foi a vez de Sebastian Watenberg, diretor da Confederação Israelita do Brasil (Conib). Em seu discurso, o representante lembrou que, há 21 anos, estiveram reunidos no Parque Farroupilha por um motivo semelhante e lamentou a situação, comparando-a com os momentos vivenciados durante a Segunda Guerra Mundial.
— O que mais choca é que se tivessem celulares na época da Segunda Guerra, da Inquisição e dos massacres que russos promoviam contra os judeus, acho que as cenas que veríamos seriam as mesmas das imagens de agora. Acho que todo mundo que está aqui é a favor de dois Estados, desde que haja condições para isso, e o Hamas presta um desserviço para a causa palestina, ele só promove o terror, só quer a destruição do Estado de Israel — afirmou.
Watenberg também apontou que o Brasil precisa estar do lado certo da história e narrou a história de Osvaldo Aranha, que influenciou Getúlio Vargas a se unir aos aliados na Segunda Guerra:
— Acho maravilhoso e louvável o resgate que o governo fez, acho que cumpriu seu papel tanto civil quanto militar, mas acho que precisamos dar um passo além. Tem que condenar o terrorismo e tem que declarar que o Hamas é um grupo terrorista.
Além disso, acrescentou que o encontro foi um ato pela paz, de apoio a Israel, e que as orações de todos são para que o conflito se resolva.
O evento também contou com a participação de representantes dos movimentos juvenis e de rabinos, que leram os nomes das crianças mortas durante a guerra e fizeram uma oração — nesse momento, foi pedido para que todos acendessem a lanterna de seus celulares e erguessem os cartazes. O encontro foi encerrado por volta das 18h, com os participantes cantando o hino de Israel, mas muitos permaneceram concentrados na praça após o término oficial.