Na manhã deste sábado (30), a prefeitura de Alvorada, na Região Metropolitana, mobilizou máquinas para realizar a coleta de lixo de residências afetadas pelas enchentes, que atingem o município desde 11 de setembro.
A coleta, que antes ocorreria de forma rotineira, agora é realizada de duas a três vezes na semana. A forma como é feito o recolhimento também mudou. O trabalho que antes era feito por um caminhão, depende agora de um carregadeira e uma retroescavadeira.
As duas máquinas se dividem em diferentes bairros, e alcançam pontos onde a água, trazida pela cheia do Arroio Feijó, ultrapassa a cintura.
Os servidores da prefeitura auxiliaram no recolhimento, mas moradores usando galocha e macacão também entraram na água para acertar as sacolas de lixo na concha da carregadeira.
O secretário de serviços urbanos de Alvorada, José Luiz da Silva Correa, acompanhou o serviço. Segundo ele, todos os dias que há coleta, uma tonelada de lixo é recolhida.
— O lixo que nós recolhemos é principalmente lixo doméstico, como embalagem de marmitas, lixo de banheiro — conta.
Nesta manhã, além de lixo doméstico, os servidores também recolheram diversas peças de móveis em madeira e MDF, descartados por moradores.
Rotina alterada
De acordo com a última atualização da prefeitura de Alvorada, o nível do Arroio Feijó baixou 2mm na última sexta-feira (29). Até sexta-feira, eram mais de mil casas atingidas pelas cheias, sendo que 226 pessoas seguiam fora de seus lares.
Quem optou por permanecer, teve a rotina alterada após as cheias. É o caso de Thayse Corrêa, moradora da Rua Americana, que tirava o macacão e calçava uma sapatilha após sair das águas na Rua Itamar.
— É muito difícil. Eu tenho que sair de casa com 40 minutos de antecedência, caminhar pela água, que é pesada e cansa. Chego na parte seca e me troco. É o jeito, pois preciso trabalhar, chego na parte seca e corro para a parada para pegar meu ônibus — conta.
As regiões mais afetadas estão há 18 dias sem energia elétrica. Segundo balanço da CEEE Equatorial, são 313 pontos sem luz em Alvorada e 211 em Eldorado do Sul. Os bairros mais desabastecidos são o Americana e o Sumaré.
*Produção: Maria Stolting