Em meio aos desfiles das escolas de samba da Série Ouro do Carnaval de Porto Alegre, no último fim de semana, o prefeito Sebastião Melo voltou a falar sobre o futuro do Complexo Cultural do Porto Seco, na zona norte da cidade. O local completa 20 anos no ano que vem e ainda conta com estruturas temporárias.
O sonho de um sambódromo com edificações permanentes segue em discussão, mas o prefeito afirma que ainda busca parcerias dispostas a investir no local. Segundo Melo, não há "dinheiro público suficiente para montar uma grande estrutura".
— Estamos vendendo alguns terrenos aqui na região, e o dinheiro que arrecadarmos com o leilão vou destinar para o Porto Seco. E (vamos) buscar parceiros que queiram investir aqui. Afinal, todo o espaço público para o qual não é dado vida, é ocupado pelos desocupados — disse.
O antigo desejo de realizar eventos no complexo no decorrer do ano, além do Carnaval, também está na mira do prefeito.
— Não é correto que isso aqui só tenha vida no Carnaval. Me sinto doído com isso, pois é uma região que você pega a Zona Norte, que é quase a metade da cidade, Alvorada, Gravataí, Cachoeirinha. Essa região tem tudo para fazer algo que eleve a alma da cidade: uma exposição de automóveis, uma feira gastronômica, shows, etc. Surgindo parceiros, eu topo na hora — completou.
Antes de dar início a essas tratativas, Melo afirmou que pretende alterar o TPU (Termo de Permissão de Uso) do complexo, que prevê que o local receba apenas eventos carnavalescos. Mais adiante, o entendimento seria estabelecer novas regras para o Carnaval da cidade.
— Acredito que Porto Alegre tem a oportunidade única de criar um "Plano Diretor do Carnaval" para que, independentemente de quem governe a cidade, trate como política pública. Todos os eventos são importantes e não podemos negar a cultura popular, nem interromper essa retomada — afirmou.