Dar protagonismo aos alunos da educação básica para que se tornem atores da inovação e do empreendedorismo do Estado. Esse é o objetivo do HackaTchê, que terá a apresentação da final no palco do South Summit, nesta quarta-feira (29).
A iniciativa é promovida pela Secretaria da Educação do Rio Grande do Sul (Seduc) e propõe que os estudantes busquem soluções tecnológicas para melhorar o cotidiano da rede estadual de ensino.
Conforme salienta a diretora de departamento, agilista, idealizadora e gestora do HackaTchê, Naomy Oliveira, a ação, desde a sua concepção, aproxima os ecossistemas regionais e nacionais com os mais jovens. A ideia é criar uma ponte para os saberes nestas áreas, com oportunidades para conectá-los a novas metodologias, carreiras e modelos de negócios:
— É um pouco do presente, pois estamos falando desses estudantes que estarão brevemente no mercado de trabalho, como também do futuro, com a escola do século 21 vinculada a um ecossistema de inovação.
Para participar, os estudantes do Ensino Médio das escolas estaduais, com idade igual ou superior a 15 anos, precisam formar uma equipe composta por três alunos. Todas possuem um estudante líder e um professor orientador.
Na edição de 2022, Naomy comenta que houve um alto número de inscrições, com participantes de diferentes regiões do Estado. Foram diversas soluções criativas — entre elas, uma que envolveu hidroponia, e outra, o reconhecimento facial (vencedora), permitindo ser utilizada para aprimorar o próprio sistema da Seduc.
A Escola Estadual de Ensino Médio Odila Villordo de Moraes, de Itaqui, foi a grande vencedora do HackaTchê 2022. Conforme lembra a orientadora educacional, Jaqueline Kulmann Vieira, tudo começou quando foi detectada uma demora para identificar os estudantes da instituição de ensino.
Para isso, foi desenvolvido um projeto para facilitar a prática pedagógica de reconhecimento facial dos alunos. Desta maneira, foi criado o AutomatISE.
— Essa ideia surgiu de um aluno, que comentou que tinha uma solução. Ele desenvolveu o programa e, após assistirmos a um vídeo da Secretaria de Educação, percebemos que havíamos criado uma ideia que se identificava com o HackaTchê — diz.
A experiência no evento "plantou sementes de inovação e ideias", gerando sucesso. É o caso do aluno Paulo Cesar Vieira Carpes, o autor da solução vencedora e que estava no terceiro ano do Ensino Médio. Hoje, está matriculado no Bacharelado Interdisciplinar em Ciências e Tecnologia na Universidade Federal do Pampa (Unipampa). Para o jovem, o South Summit surpreendeu:
— Encontrei diversas startups e inventores com ideias legais, envolvendo temas como ambiente, bebidas, semicondutores etc.