O South Summit foi palco, nesta quarta-feira (4), da final do HackaTchê. A disputa reuniu equipes formadas por estudantes da rede estadual do Rio Grande do Sul, que se propuseram a pensar soluções inovadoras e tecnológicas para problemas reais do dia a dia.
O nome do projeto, Hackatchê, é uma referência a hackaton — como são denominadas as competições de inovação. A realização foi da Secretaria Estadual da Educação.
A equipe da Escola Villordo de Moraes, de Itaqui, na Fronteira Oeste, foi a grande vencedora. O estudante Paulo César Carpes, 17 anos, foi o responsável por apresentar o projeto "AutomatiSE".
A ideia automatiza o processamento de fotos e informações de identificação dos alunos, partindo do sistema ISE do RS. O ISE é a plataforma de gestão da Seduc, onde são inseridos todos os dados dos estudantes da rede pública gaúcha.
A proposta apresentada resolve a necessidade de identificação dos alunos via ISE e tem as instituições de ensino como foco. Atualmente, os professores usuários da plataforma dizem que não ter disponíveis as fotos dos alunos é uma dificuldade.
— Estou muito grato — disse Paulo César, tímido, ao receber o troféu ao lado do colega Micael da Cruz.
Emocionada, a professora Jaqueline Vieira, que coordena os alunos, reforçou que o projeto vai ao encontro a uma real necessidade da comunidade escolar.
— Transforma o nosso dia, que precisa tanto de melhorias — disse.
O julgamento final e a premiação no Cais Mauá reuniu três equipes finalistas. Ao todo, 94 projetos se inscreveram. Seis deles chegaram à etapa final, realizada no Tecnopuc, de onde saiu o trio alçado à premiação no South Summit.
Os finalistas apresentaram suas ideias em "pitches" de três minutos. Depois, as equipes responderam a perguntas do júri.
Em segundo lugar, o Projeto Bulas, da Escola Elisa Tramontina, de Carlos Barbosa, na Serra, levou o troféu, representada pela estudante Letícia Flach. O grupo desenvolveu um aplicativo que permite leitura ampliada de bulas de remédios. A ferramenta ainda contém informação por áudio, resumo e acesso a hiperlink para palavras de difícil compreensão.
A equipe da Escola Frederico Guilherme Schmidt, de São Leopoldo, ficou em terceiro lugar com projeto também de utilidade para dentro das salas de aula. O aluno Caetano Augusto Nunes apresentou a proposta, frisando o foco no desenvolvimento sustentável.
A equipe desenvolveu a "ePrinter", uma impressora 3D construída por meio da reutilização de equipamentos eletrônicos. O foco, disse o aluno, é mais do que inovação e sim a democratização da tecnologia, tornando o equipamento acessível às escolas.
Além dos troféus, as equipes ganharam tablets e celulares como prêmios, e a possibilidade, claro, de as ideias receberem investimento.
A secretária da Educação, Raquel Teixeira, enalteceu a iniciativa do HackaTchê como oportunidade de aproximar as escolas de temas tão em voga como a inovação e a tecnologia.
— Porto Alegre não tinha um jeito melhor de comemorar os seus 250 anos. Estamos aqui num ambiente inspirador e por uma causa. O ecossistema de inovação começa na escola — disse Raquel.