A AFC Holding S/A, empresa mineira que fez proposta para comprar o Hospital Beneficência Portuguesa, de Porto Alegre, por R$ 41 milhões disse a GZH que fará um "estudo aprofundado" para só depois definir as ações que serão adotadas em relação ao hospital. Por meio de nota, a empresa também informou que tem "histórico de investimentos na área imobiliária e de saúde". Questionada se poderia manter o Beneficência Portuguesa funcionando, reforçou que só poderá se manifestar depois deste estudo.
A nota destaca ainda: "Entendemos que o Estado do Rio Grande do Sul tem crescente espaço para investimentos e manifestamos nosso entusiasmo por auxiliar no seu desenvolvimento".
A empresa tem como presidente Thiago Assumpção Henriques, que também é ligado à Prolife Rede de Hospitais, empresa que comprou o Hospital Arcanjo São Miguel, de Gramado, na Serra. Na Prolife, Henriques consta como conselheiro de administração.
— A AFC é um veículo de investimento, assim como a Prolife, que adquiriu o Hospital Arcanjo São Miguel. Todo o processo (em relação ao Beneficência Portuguesa) ainda está em uma fase muito inicial, por isso, a empresa só vai se manifestar depois de fazer um estudo mais aprofundado — explicou a empresa de comunicação que atua para a AFC Holding S/A.
O hospital centenário está com o patrimônio sendo vendido por determinação da Justiça do Trabalho a fim de quitar dívidas trabalhistas que se arrastam desde 1994. Em laudo encomendado pela atual gestora da casa de saúde, a Associação Beneficente São Miguel, o complexo de prédios foi avaliado em R$ 49 milhões.
Para liquidação forçada, o valor indicado foi de R$ 34 milhões. São nove blocos e um estacionamento em uma área de aproximadamente 12 mil metros quadrados. A determinação de venda do patrimônio ocorreu porque a São Miguel deixou de fazer pagamentos parcelados perante à Justiça.
A proposta da AFC Holding S/A foi homologada nos seguintes termos, conforme decisão judicial de 21 de outubro: valor de R$ 41 milhões, com entrada de R$ 11 milhões, mediante depósito judicial a ser realizado em até 30 dias, contados da presente decisão, e do saldo em 30 parcelas mensais e consecutivas, cada uma no valor de R$ 1 milhão, corrigidas pela Selic a contar da data da presente decisão, com vencimento da primeira parcela no 60º dia posterior à presente homologação e as demais a cada 30 dias subsequentes, sempre mediante depósito judicial.
O processo, que reúne quase 500 credores habilitados a receber imediatamente, está no chamado Regime Especial de Execução Forçada (REEF), conduzido pelo juízo auxiliar de execução do TRT-4. No momento, está aberto o prazo para a apresentação de recursos sobre a homologação da proposta de venda.
Confira a íntegra da nota
A AFC Holding S/A, companhia de Minas Gerais, cujo grupo econômico tem atuação nos segmentos imobiliário, da saúde, dentre outros, informa que participou da concorrência para aquisição judicial do hospital Beneficência Portuguesa, em Porto Alegre, e foi a vencedora após ter apresentado a maior proposta dentro do prazo fixado pelo juízo. A companhia destaca que foram observados todos os trâmites previstos em lei neste processo de alienação compulsória que teve origem em uma ação civil pública em 1994, conforme decisão do Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região. Entendemos que o Estado do Rio Grande do Sul tem crescente espaço para investimentos e manifestamos nosso entusiasmo por auxiliar no seu desenvolvimento.