Em entrevista ao programa Gaúcha Atualidade, da Rádio Gaúcha, o prefeito de Porto Alegre, Sebastião Melo, respondeu e discutiu questões levantadas pela população e pelas apresentadoras. O chefe do Executivo comentou temas como segurança e infraestrutura públicas, falando de concessão de parques, aumento na quantidade de ônibus circulando na cidade e remoção de orelhões das calçadas.
Confira alguns destaques e ouça a entrevista, na íntegra, abaixo:
Segurança
Questionado sobre a criminalidade na Capital, o prefeito reforçou que tem um bom diálogo com o governo estadual com relação aos assuntos da segurança e destacou que um novo concurso para a Guarda Municipal está sendo concluído, o que deve aumentar o efetivo nas ruas. Ele aponta que a principal questão que põe em risco a segurança da população, principalmente na Vila Cruzeiro e no bairro Mario Quintana, são os conflitos entre as facções criminosas.
Buracos nas ruas
Melo admitiu que existem muitos buracos na pavimentação da cidade e que a qualidade do asfalto não é boa, mas apontou que foram feitos ajustes no orçamento municipal para aumentar o investimento nessa área.
No ano passado, foram deslocados R$ 19 milhões para o reparo de danos nas vias, mas, de acordo com o prefeito, para que houvesse uma solução mais duradoura, seria necessário um investimento muito maior, para o qual não há, atualmente, recursos. Ele diz também que a conservação do asfalto é muito afetada por problemas de drenagem.
Orelhões e tampas de bueiro
Melo também foi questionado a respeito das tampas de bueiros da cidade, que muitas vezes não estão posicionadas no mesmo nível do asfalto, o que traz risco aos motoristas. Ele explicou que nem todas são de responsabilidade do Dmae, pois algumas dão acesso a redes da Sulgás e de telefonia.
O prefeito aproveitou para dizer que irá retirar os orelhões das ruas da Capital.
— Inclusive, eu gostaria de informar que eu mandei trancar o licenciamento dessas telefônicas, porque elas não estão cumprindo o que foi acertado, que é: retirar os orelhões, que vão começar a ser removidos agora por conta própria pela prefeitura, e acertar a questão das tampas de bueiro — destacou.
Calçadas e acessibilidade
O chefe do Executivo municipal disse que Porto Alegre é uma cidade de 250 anos que não foi construída pensando em questões de acessibilidade, já que o assunto entrou em pauta nas últimas décadas. Melo lembrou que, segundo a legislação, as calçadas são de responsabilidade dos proprietários e que concorda com essa concepção. Ele explicou que, para conservar as calçadas, a prefeitura seria obrigada a "mandar a conta no carnê do IPTU", além de todas as questões burocráticas envolvendo licitação.
— A esmagadora maioria das calçadas são privadas e eu gostaria de fazer um apelo também para que os proprietários cuidem mais da questão das calçadas. Se cada síndico de prédio disser "olha só, vamos resolver isso", já seria um passo enorme nessa questão. O poder público precisa cuidar dos passeios que são dele, e para resolver determinados problemas vai ser necessário que se corte as árvores que danificaram a via. É uma governança que precisa de várias composições para dar certo — disse.
Arroio Dilúvio
Melo também foi questionado a respeito das propostas apresentadas na Dinamarca para a limpeza do Arroio Dilúvio, mas admitiu que esse projeto é para longo prazo. Ele destacou que vai demorar pelo menos de um a dois anos para concluir a modelagem para deixar a proposta atrativa para a iniciativa privada. Além disso, o prefeito citou os processos burocráticos para a realização do projeto e afirmou que pode levar até 10 anos para ver alguma mudança na região.
— A Ipiranga é um "corredor" com muitos terrenos vazios, que deixa atrativo para negócios. A nossa ideia é que nos próximos dois anos nós comecemos um pedacinho da avenida, mas essa é uma obra muito mais complexa do que a Orla, por exemplo. Então, os próximos prefeitos que vão nos suceder já vão ter uma modelagem feita — disse.
Concessão de parques
Durante a entrevista, o prefeito também comentou que está sendo discutida a concessão de parques para a iniciativa privada e que ainda neste ano vai ser ampliado o debate sobre o tema. Ele cita o exemplo da cidade de São Paulo, que concedeu alguns de seus espaços, como o Ibirapuera. Melo também afirmou que "apenas deslocar a Guarda Municipal para cuidar dos parques não resolve nada".
Transporte público
Melo destacou que o transporte público de Porto Alegre faliu antes da pandemia e a crise sanitária "escancarou" a situação, mas destaca que a lógica do capitalismo é que haja concorrência, o que não ocorre nesse caso. Destacou as isenções de tarifa e afirmou que vão entrar mais 90 ônibus em circulação ainda este ano. Disse que até o final do seu governo o transporte público vai estar melhor, mas "não vai ser resolvido".