Morreu às 21h dessa quarta-feira (8) o homem que caiu do 10º andar de um edifício no bairro Praia de Belas, em Porto Alegre. A informação foi confirmada na manhã desta quinta-feira (9) pelo Hospital de Pronto Socorro (HPS), onde ele estava internado em estado grave desde quando o acidente aconteceu, na manhã de quarta.
Wagner Teixeira, 19 anos, trabalhava na reforma de um apartamento, na Avenida Borges de Medeiros. Informações sobre velório ainda não foram divulgadas.
Segundo relatos de moradores, Teixeira fechava o vão de um aparelho de ar-condicionado na parede do apartamento quando, ao recolher um pedaço de papelão, se desequilibrou. Ainda não foi possível confirmar se ele utilizava equipamentos de proteção individual no momento da queda.
Em depoimento à polícia, a proprietária da empresa de construção civil na qual Wagner trabalha como servente disse que ele estava sozinho no apartamento em reforma quando o acidente aconteceu. A reportagem de GZH apurou que a responsável pelo serviço é a ANG Construção Civil, sediada em São Leopoldo, no Vale do Sinos.
Os proprietários da ANG preferiram não conceder entrevista, mas disseram, em nota, que Wagner era "um grande amigo", e que estão "dando todo o apoio possível que a família precisa neste momento". Além disso, dizem aguardar o resultado da perícia para entender as reais circunstâncias do acidente.
Agentes do Instituto-Geral de Perícias (IGP) estiveram no edifício onde o acidente aconteceu e estão elaborando um laudo sobre o fato. O documento deve ficar pronto em até 30 dias.
Polícia avalia necessidade de instaurar inquérito
A ocorrência está sob análise da delegada Ana Caruso, da 2ª Delegacia de Polícia de Porto Alegre. Em um primeiro momento, ela não deve instaurar inquérito sobre o caso. No entanto, nos próximos dias, pretende ouvir a proprietária do apartamento e a responsável pela empresa que contratou Teixeira para realizar a obra.
O objetivo, segundo a delegada, é buscar mais detalhes sobre o acidente, para tentar identificar eventuais atos de negligência que poderiam ter sido cometidos por alguma das partes. O laudo do IGP, que aponta as causas da morte, também será fundamental para esse processo.
— Um inquérito serve para buscarmos a autoria de um crime. Se não há crime, também não há motivos para indiciarmos alguém. A ideia é buscar novos elementos para entender se houve ou não algum ato de negligência — explica a delegada.