Tida como um dos próximos passos da Revolução Industrial e um novo momento do uso da tecnologia e da inteligência artificial nas operações fabris, a indústria 5.0 não fica de fora dos temas debatidos no South Summit. O tópico está entre as categorias de competição entre startups e levou as concorrentes finalistas ao pitch nesta quinta-feira (5).
Representantes de oito startups, a maior parte delas gaúchas, subiram ao palco do espaço batizado como The Next Big Thing para apresentarem projetos em desenvolvimento na área. O objetivo é atrair visibilidade e investimentos. A startup vencedora será conhecida nesta sexta-feira (6), último dia do evento mundial de inovação que tem Porto Alegre como palco pela primeira vez.
Estão na disputa Amsa, Aiper, Arpac, Augen, Boomatech, Pix Force, Connect Bio e Cropman.
As soluções apresentadas vão da indústria têxtil à agricultura de precisão. Ponto quase unânime entre os projetos, a sustentabilidade deu o tom e mostra que é um dos principais temas que norteiam a tecnologia do futuro.
A temática apareceu nas apresentações da BoomaTech, que produz grafeno para a indústria. Segundo a CEO Isabella Borghetti, mais de 50 clientes ativos, incluindo universidades internacionais, utilizam o material de alta pureza produzido aqui. A produção atual da empresa é de 500 quilos ao mês, com projeção de crescimento para uma tonelada no ano que vem.
A Connect Bio também abordou o tópico, apresentando solução mirando a agricultura. A startup foca em encurtar a distância entre o campo e o laboratório, com solução que acelera o diagnóstico de patógenos a partir de testes rápidos.
A sustentabilidade ainda teve espaço na apresentação da Aiper, que produz corantes biodegradáveis para indústria têxtil e de cosméticos. O CEO José Martines reforçou a necessidade de soluções sustentáveis para o uso da água nesta cadeia, que gera quantidade expressiva de rejeitos.
Também mostraram suas ideias a Arpac, que fornece serviços de pulverização usando drones como forma de reduzir o descarte de agrotóxicos nas lavouras; a mexicana Amsa, que utiliza plástico reciclado vindo de diferentes origens em peças de engenharia; a gaúcha Augen Brasil, que aplica tecnologia em saneamento e que tem a Corsan como principal parceira; a Cropman, que faz mapeamento inteligente de solo; e ainda a Pix Force, que lidera soluções para interpretar imagens e vídeos aplicando inteligência artificial, transformando imagens obtidas por câmeras, drones e satélites em informações e dados.
Os pitches, com falas de cinco minutos de cada um dos representantes, lotaram o espaço destinado à plateia, em forma de arena, e chamaram atenção dos jurados.
A economista e consultora do programa Redes de Cooperação do governo do Estado, Juliana Nascimento, participou da competição como uma das juradas. Ela elogiou o alto nível das startups concorrentes e mencionou o fato de a maioria focar em soluções envolvendo sustentabilidade. Mas lamentou que sejam poucas as mulheres comandando os pitches.
— Achei todos muito bem estruturados em inovação e com grandes parcerias. É muito importante como mulher estar aqui, mas temos que ter mais — observou Juliana.
A banca julgadora avalia uma série de critérios, entre eles a visibilidade do negócio, o nível de investimento necessário e a inovação. Os quesitos recebem notas de 1 a 5, e a pontuação total compõe o resultado final.