A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) autorizou nesta terça-feira (22) a Eletrobras a doar a Usina do Gasômetro à prefeitura de Porto Alegre. Em agosto do ano passado, o prefeito Sebastião Melo havia solicitado à Aneel a doação definitiva do prédio, que é cedido à prefeitura pela Eletrobras desde 1982.
No entanto, antes de fazer a transferência, a estatal terá de consultar o governo federal sobre um eventual interesse pelas instalações da antiga usina termelétrica (UTE) de Porto Alegre, que são consideradas inservíveis para o setor elétrico. Em julho do ano passado, Melo entregou pessoalmente um ofício ao presidente Jair Bolsonaro solicitando a cedência do prédio, que está fechado desde novembro de 2017.
A usina está listada como um dos Bens da União sob Administração da Eletrobras (Busa). A UTE era explorada pela Companhia Estadual de Energia Elétrica (CEEE) e foi fechada em 1977, mas teve a administração, guarda e posse dos bens e das instalações mantidos com a própria companhia, por meio de convênio entre as duas estatais.
Revitalização
A obra de revitalização da Usina do Gasômetro foi iniciada em 2020 e atingiu 45% de execução. No momento, os trabalhos estão suspensos. Em fevereiro, a Secretaria Municipal de Obras e Infraestrutura (Smoi) informou que os serviços devem ser retomados a partir da segunda quinzena de abril. A expectativa é de que as obras sejam concluídas até 8 de novembro.
Até o momento, foram realizados os serviços de demolições, fundações, impermeabilizações e a execução dos banheiros. Atualmente, a obra está voltada a serviços estruturais de cinemas, escadas, contrapisos e fechamento de paredes de alvenaria.
O projeto prevê que todos os espaços sejam 100% acessíveis e que recebam equipamentos modernos, mantendo a essência de exibição de espetáculos experimentais. Para maior segurança, está prevista a modernização da infraestrutura do prédio. O cinema, por exemplo, deve sair do terceiro andar e ir para o térreo (embaixo do teatro). Duas novas escadas, uma voltada para os trilhos do aeromóvel e outra para acesso ao terraço, reforçarão a independência dessa área.
No segundo pavimento deve ser inaugurado o Teatro Elis Regina, no formato de arena - assentos em volta do palco poderão abrigar até 300 pessoas. Um restaurante deve ocupar parte do terraço. A empresa executora é o Consórcio RAC/Arquibrasil.