Pela segunda vez, o governo do Estado não recebeu propostas para a concessão à iniciativa privada do Parque Zoológico de Sapucaia do Sul, na Região Metropolitana. A entrega de documentação dos interessados estava marcada para esta quarta-feira (17), no Centro Administrativo Fernando Ferrari (CAFF).
Em nota, o governo afirmou que "seguirá com a busca por parceiros da iniciativa privada para a administração do parque, e um corpo técnico avaliará qual a medida mais adequada para a viabilização do Zoo". E que continuará dando suporte para a manutenção dos trabalhos no parque.
A primeira tentativa de passar o zoo para a iniciativa privada foi em 2019, quando também nenhuma empresa demonstrou interesse pela concessão.
Em entrevista à Rádio Gaúcha, o secretário extraordinário de Parcerias, Leonardo Busatto, listou alguns dos motivos que podem ter levado ao leilão deserto. Entre eles, o número pequeno de empresas com condições técnicas no Brasil para gerir um parque zoológico e a grande oferta de parques sendo oferecidos atualmente à iniciativa privada no país.
– Como têm muitos projetos acontecendo, talvez o investidor escolha qual tenha mais oportunidade de retorno – avaliou Busatto.
O edital atual previa investimento obrigatório de R$ 70 milhões no parque, dos quais R$ 25,5 milhões deveriam ser destinados em até dois anos após a assinatura do contrato.
Ainda previa uma outorga variável de 1% da receita bruta. O valor arrecadado seria encaminhado ao Fundo Estadual do Meio Ambiente (Fema), para financiar serviços de fiscalização. Atualmente, segundo o governo, o zoo custa R$ 10 milhões anuais.
O secretário não descarta que um novo edital possa ser elaborado, mas diz que ainda é muito cedo para adiantar quais serão os próximos passados. Enquanto isso, o zoológico seguirá aberto à visitação e sendo gerido pela secretaria do Meio Ambiente.
– A gente fica triste porque o projeto era muito bom. Agora, vamos ter que entender o motivo do não interesse e continuar mantendo o parque com toda dedicação dos servidores e do corpo técnico, mesmo com tantas dificuldades – disse o secretário.