O projeto que iniciou em 2018, com a implantação, no centro da Capital, de 45 contêineres de cor verde para coleta de lixo reciclável, está sendo descontinuado neste ano pela Prefeitura de Porto Alegre, avisa o Departamento Municipal de Limpeza Urbana (DMLU). Inicialmente, a ideia era expandir a iniciativa a outros bairros da cidade após o período de testes.
Primeiramente colocados em uma área comercial da área central, os contêineres de lixo reciclável foram deslocados para uma região predominantemente residencial, nas ruas Washington Luiz, General Salustiano, Riachuelo, General João Manoel, Duque de Caxias e General Auto, porém a iniciativa não ganhou força entre os moradores.
Em nota enviada a pedido de GZH, o departamento afirma que “o produto desta coleta não atendeu às expectativas da reciclagem pois há muita mistura com resíduos orgânicos”.
O projeto vai se encerrando com 50 contêineres destinados ao descarte de lixos recicláveis. Número 48 vezes menor que os dispositivos disponíveis para coleta automatizada de resíduos mistos. Algo que explica também a baixissíma quantidade coletada no período em que o serviço foi monitorado.
— É preciso trabalharmos a separação dos resíduos e a educação ambiental. Nosso povo é mal educado e desrespeitoso com os espaços públicos — afirmou o diretor-geral do DMLU, Paulo Marques.
Contêineres vandalizados
Além do problema dos lixos recicláveis, o DMLU relatou que os contêineres comuns, de cor cinza, também sofrem na Capital. Neste caso, há 2,4 mil destes equipamentos espalhados por toda a cidade. Estima-se que 40% destes contêineres sofram reparos anualmente devido a batidas de carro e vandalismo.
— O vandalismo nos contêineres ocorre de forma pontual. Os bairros mais afetados são a Cidade Baixa e o Centro Histórico, devido a maior circulação de pessoas — revelou Marques.
Há também casos de incêndio nos contêineres, sendo na maioria acidental, e furto das tampas para comercialização do alumínio.
A coleta automatizada por meio de contêineres é um serviço contratado pela prefeitura, onde as empresas RN Freitas e Conesul também são as responsáveis pelos reparos. O município investe R$ 1.650.000 por mês nestes contratos. Com esta parceria, a prefeitura diz que não há aumento no valor mensal caso o número de contêineres vandalizados seja maior do que o registrado no mês anterior.
O DMLU informa que o reparo dos recipientes é feito, na maioria dos casos, no local. Se o estrago for muito grande, o contêiner é retirado e trocado por outro.
O serviço de contêineres de lixo comum atende completamente os bairros Auxiliadora, Bom Fim, Bela Vista, Centro Histórico, Cidade Baixa, Farroupilha, Independência, Moinhos de Vento, Mont’Serrat, Praia de Belas e Rio Branco. De forma parcial são atendidos os bairros Azenha, Floresta, Higienópolis, Petrópolis, Menino Deus, Santa Cecília, Santana e São João.
Outros tipos de coleta
Coleta Domiciliar (resíduos orgânico e rejeito): É realizada três vezes por semana no restante da cidade (onde não há contêineres). Apenas nas principais avenidas ela ocorre de segunda a sábado.
Devem ser encaminhados à coleta domiciliar resíduos basicamente orgânicos como cascas e restos de frutas e legumes, sobras de comida, papel higiênico e fraldas descartáveis usados, guardanapo e toalha de papel sujos, plantas, restos de podas e varrição, pó de café e erva-mate. O Código Municipal de Limpeza Urbana estabelece um limite mínimo e máximo para destinar os resíduos à coleta domiciliar: de 20 a 100 litros.
Coleta Seletiva (resíduo reciclável): É realizada em 100% das ruas que comportam a entrada de caminhões, sendo três vezes por semana no Centro Histórico e na totalidade dos bairros Independência, Bom Fim, Farroupilha, Cidade Baixa, Auxiliadora, Mont’Serrat, Bela Vista, Moinhos de Vento, Rio Branco e Praia de Belas. Parte dos bairros Floresta, Santa Cecília, Santana, Azenha, São João, Higienópolis, Petrópolis e Menino Deus também tem o serviço três vezes por semana. No restante da cidade, a coleta ocorre duas vezes por semana.
O serviço recolhe resíduos recicláveis e reaproveitáveis, como papel seco, papelão, latas de alumínio, isopor, plásticos, metais, vidros e embalagens longa vida. E distribui tudo isso entre as Unidades de Triagem conveniadas com o DMLU, gerando emprego e renda para centenas de pessoas, além de beneficiar o ambiente.
O morador da Capital também pode se orientar sobre a coleta na sua rua através desta ferramenta online disponibilizada pela prefeitura.
Produção: Guilherme Gonçalves