A quinta-feira Santa, véspera de feriado de Páscoa, tem grande movimentação de pedestres no centro de Porto Alegre. Apesar das restrições impostas pelas autoridades em função da pandemia de coronavírus, a maioria das ruas de comércios na Capital estava cheia. Entre os itens mais procurados, pescados e chocolates.
Nas ruas Voluntários da Pátria e dos Andradas, lojas tinham alto número de clientes, e o movimento de pedestres se confundia com o de ambulantes. Havia pessoas sem máscara e aglomeradas.
No Largo Glênio Peres, em frente ao Mercado Público, o foco dos consumidores era a Feira do Peixe. Por volta das 17h, mais de 50 pessoas aguardavam na fila para entrar na área onde ficam as bancas. Equipes da prefeitura estavam monitorando o fluxo de entrada, e equipes da Guarda Municipal circulavam pela região, para proibir aglomerações e orientar a população.
Bruna Oliveira, de 27 anos, foi ao Centro para fazer as compras de Páscoa. Em uma loja, comprou bombons para a filha, de sete anos. Após, entrou na fila da Feira em busca de pescados.
— Eu tenho medo (do coronavírus). Tem muita gente, mas fazer o que, não é? Tem que se arriscar. Tem que comprar. Sem peixe, não tem como — comentou.
Em outro ponto da fila para comprar peixe, o vigilante Ariomarte da Silva, de 56 anos, destacou que o preço do produto compensava o risco. E, para ele, os protocolos estavam sendo seguidos.
— Vou pegar uma tainha do mar. Tem menos espinho e o preço está bom. Sobre o coronavírus, eu acho que usando máscara e álcool gel está tudo bem. Pior é trem e ônibus, eu acho —comentou.
Nesta sexta-feira (2), o comércio não essencial estará fechado em todo o Estado. No entanto, o governo do Estado decidiu autorizar a abertura dessas atividades, incluindo lojas e restaurantes, no sábado (3). Em um primeiro momento, governador Eduardo Leite havia proibido a abertura de comércio não essencial no feriadão, devido à elevada taxa de contaminação por coronavírus no Estado.
Há cinco semanas, todo o Rio Grande do Sul está classificado na bandeira preta, de altíssimo risco para a doença. E, nesta quinta-feira (1º), o Estado ultrapassou os 20 mil mortos pela doença.